A real emissão de carbono por trás dos carros elétricos e as vantagens do etanol para o meio ambiente

Publicado em 23/05/2022 19:19 e atualizado em 25/05/2022 10:50
Debate com personalidades de referência do agro para apresentar suas perspectivas e entendimentos do cenário atual e futuro
Plínio Nastari participou do debate desta semana do Conexão Campo Cidade e revelou que o processo de produção das baterias de automóveis elétricos tornam o uso desses veículos mais poluentes do que carros movidos a etanol

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Debate com personalidades de referência do agro para apresentar suas perspectivas e entendimentos do cenário atual e futuro

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O agronegócio e os setores urbanos estão intrinsecamente conectados, já que as cadeias produtivas de alimentos influenciam diretamente no cotidiano das cidades. Porém, muitos ruídos de comunicação entre as duas pontas geram discussões e desentendimentos que merecem atenção. Nesse contexto, o site Notícias Agrícolas e a consultoria MPrado desenvolveram o projeto Conexão Campo e Cidade, que visa debater diversas questões relacionadas aos negócios que envolvem os ambientes urbanos e rurais.

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Diferentemente do consenso que hoje há acerca da emissão de carbono por automóveis, os carros flex a combustão emitem menos CO2 do que veículos elétricos com bateria, que utilizam a matriz energética europeia. Quem explicou essa realidade foi Plínio Nastari, fundador e presidente da consultoria DATAGRO, além de especialista em mobilidade urbana. Confira a seguir mais detalhes da entrevista durante o Conexão Campo Cidade da última segunda-feira (23).

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Eletrificação da frota

Existem diversas vertentes para a eletrificação dos automóveis. Comumente, as pessoas associam os carros elétricos à eletrificação a partir de bateria. Porém, o mesmo por ser feito com o uso do etanol, ou qualquer outro combustível líquidos. Os veículos híbridos, por exemplo, é um carro elétrico que usa combustível líquido como energia para transporte.

Esse carro elétrico, que usa combustível líquido, já é mais comum com os veículos híbridos. Em breve, haverá também os automóveis com célula combustível, que serão carros elétricos com combustível líquido.

 

Diferenças entre o carro elétrico e carro a combustão

Comparando a emissão, hoje, um veículo elétrico a bateria, utilizando a matriz energética europeia, emite 92 gramas de carbono por quilômetro. Usando a matriz energética do Brasil, emite 65 gramas. O automóvel comum de combustão interna, emite 46 gramas com etanol. Já o híbrido de etanol emite 29 anos. “Por que optar por uma tecnologia inacessível para o consumidor, se já há uma tecnologia que entrega um resultado muito melhor do ponto de vista ambiental?” Questionou Nastari.

A diferença da eletrificação por bateria e combustível líquido, é de que a bateria é um armazenador de energia. Portanto, o que importa é a origem dessa energia. Como destaca Nastari, não adianta para o meio ambiente o uso de um carro movido a bateria, cuja energia utilizada seja proveniente de fontes sujas. O consumo continuará sujo.

A vantagem da eletrificação com combustível líquido, de fontes limpas renováveis, é que eles possuem alta densidade energética. Enquanto essa capacidade da bateria é baixa, o etanol, por exemplo, possui cerca de 50 vezes mais watts-hora/quilo. Isso quer dizer que é necessária muita energia na bateria para substituir a energia contida em um tanque de etanol.

Como a bateria é cara, isso determina o tamanho, alcance e preço do carro. Por esse motivo, os automóveis elétricos movidos a bateria têm alcance limitado e são caros, por causa do custo da bateria. Em países onde existe a possibilidade de produzir etanol em escala que o torne economicamente competitivo, essa é uma opção extremamente vantajosa. Isso alia as vantagens do motor elétrico com o que se tem de melhor dos motores de combustão interna. Vamos combinar as duas coisas boas.

 

Consumo de etanol em relação à gasolina

Esse seria o momento do etanol mostrar sua força como uma opção economicamente viável. Infelizmente, estamos em um rescaldo de dois anos muito secos. Em 2022, estamos em uma recuperação parcial das grandes perdas sofridas entre 2020 e 2021, de 82,5 milhões de toneladas de cada. A produção foi de 605 milhões de toneladas para 523 milhões na região centro-sul do Brasil, por conta do clima.

Se não fosse por essa crise hídrica, a qual se somaram geadas em incêndios em 2021, a produção de etanol seria maior. Agora, a perspectiva para 2022, com crescimento da produção de etanol de milho e um mix de produção das usinas mais voltado para o etanol, neste ano, deve-se repetir a produção do biocombustível de 2020, quando a moagem alcançou 605 milhões de toneladas. Com isso, deve haver uma retomada da competitividade do etanol em relação à gasolina em boa parte da região centro-sul. Dessa maneira, deve ser revertida a queda do consumo de etanol hidratado.

Nesses primeiros quatro meses, caiu o consumo de etanol em torno de 20%, com o crescimento do consumo de gasolina. Porém, apenas em 2023, com o plantio deste ano, os patamares de produção serão maiores e o preço estará mais competitivo. Hoje, o que tem segurando o preço do etanol é a produção a partir do milho, que de 2015 passou de 141 milhões de litros, para 3,47 bilhões de litros ano passado. Neste ano, deve chegar a 4,6 bilhões de litros. Natari espera que o etanol mostre a sua força perante a gasolina a partir dos próximos meses.

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Tags:
Por:
Igor Batista
Fonte:
Notícias Agrícolas

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