Frigoríficos menores com dificuldade de alongar escalas voltam a oferecer mais pela arroba e mudam cenário de pressão sobre os preços

Após a tentativa de reduzir os preços da arroba do boi gordo na última semana, poucos negócios aconteceram abaixo da referência e alguns frigoríficos iniciaram a segunda-feira (23) com escalas menores e encontrando dificuldades de preencher a programação de abate.

De acordo com Caio Toledo Godoy, da XP Investimento, os frigoríficos de menor porte estão com dificuldade em alongar as escalas, por isso voltaram a ofertar maiores valores pela arroba do boi gordo. "Os frigoríficos pequenos não conseguiram mais comprar bois de R$ 144,00 a R$ 145,00/@ e já começaram a pagar no patamar de R$ 147,00/@. Os frigoríficos grandes ainda tenta algo em torno dos R$ 146,00 a R$ 145,00 a arroba", mas as ofertas com maior valor já começam a mudar o cenário do mercado, afirma o analista.

Segundo ele, a oferta restrita deveria dar firmeza às altas na arroba, no entanto a demanda fraca tanto no mercado interno, quanto nas exportações, impedem a valorização dos preços da carne (cotado hoje a R$ 9,49/kg o boi capão), e consequentemente não possibilita margens aos frigoríficos para ofertar maiores patamares na arroba do boi.

Com isso, Godoy afirma que o mercado deve trabalhar nos patamares de R$ 146,00/@ a R$ 147,00/@ até o final de junho, "justamente por esse problema de oferta e demanda".

De acordo com os dados de exportação de carne 'in natura' divulgados nesta segunda-feira (22), pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a receita na média diária da terceira semana de junho, foi de US$ 18,4 milhões, e em volume 59,9 milhões de toneladas. Para Godoy "os números decepcionaram e o mercado trabalhava com uma alta de 2,1%, mas agora já falam em queda de 3,8% no volume total do mês em relação com maio", analisa.