Mercado do boi e os fatores que vão direcionar a formação dos preços da arroba ao longo de 2020

Nesta quarta-feira (20), o Notícias Agrícolas em parceira com o aplicativo Agrobrazil transmitiu o webinar sobre o mercado do boi gordo. Na entrevista foram abordados temas como: a demanda chinesa impactando na formação dos preços da arroba oferta de animais, oferta restrita de animais e as expectativas de como deve ser o desempenho do consumo interno.
De acordo com o Analista da Cross Investimentos, Caio Junqueira, a demanda chinesa aquecida impulsionou os preços da arroba no final do ano passado. “O principal motivo da elevação das referências do boi foram às compras chinesas. Em minha opinião, a demanda chinesa é que o está sustentando os preços da arroba atualmente”, relatou.
O Analista de Proteína Animal da Rabobank,Wagner Hiroshi Yanaguizawa, destacou que o mercado bovino brasileiro está preocupado em atender as demandas externas. “Sem dúvida é a China que está trazendo boas notícias com ritmo de exportação acelerado mês a mês. Esse cenário é em decorrência ao déficit de proteína animal na potência asiática devido a peste suína africana”, comentou.
Segundo o Confinador e Consultor em confinamentos, Fernando Costa, a produção do animal que atende o padrão exportação deve aumentar nos próximos meses. “Não é fácil de fazer o boi china, pois é preciso adotar todo um sistema de trabalho que direcione a produção de animais para a China”, afirmou.
Demanda Interna
O consumo doméstico de proteínas animais está sendo comprometidas em função do isolamento da população. “A disseminação do coronavírus acabou interferindo no escoamento da carne no atacado no final de março e tivemos uma queda de 60% no food service. Se formos analisar essa queda no dia 03 ao dia 09 de maio, essa queda é muito maior de 71%”, ressaltou Yanaguizawa.
No entanto, a redução do consumo não impactou na formação de preços da arroba já que o cenário é de oferta restrita de animais. “Com a diminuição de chuvas em algumas regiões, estamos observando uma maior pressão com relação à oferta de animais no mercado”, informou o analista da Rabobank.
Junqueira ressalta que as indústrias frigoríficas têm adotado estratégias diferentes para o mercado interno logo após o início da pandemia no Brasil. “Nós tivemos abates aumentando para frangos e suínos, porém tivemos uma redução dos abates dos bovinos em 9,02%. Esse cenário se deve a mudança de ciclo pecuário que acaba influenciando muito, mas as indústrias já esperavam essa retração no consumo e adotou estratégias”, explica.
O consultor em confinamento aponta que os pecuaristas estão aprendendo a negociar a gado e vendendo os animais de forma compassada, já que os preços da reposição estão muito elevados neste ano. “Temos um ágio até 45% a 50% para a relação de troca entre o boi gordo e o bezerro, isso faz com que o pecuarista segure o animal mais tempo na propriedade”, diz Costa.
Confira a entrevista na íntegra no vídeo acima.
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