Animais jovens se destacam na reposição, com novilhas se valorizando quase 3 vezes mais que @ do boi em 12 meses, diz Scot

Com o aumento da demanda por animais mais jovens para atender a potência asiática, os valores da reposição tiveram um ganho de 70% se comparado com os preços praticados no ano passado. Os preços das novilhas tiveram um aumento de 80% no comparativo anual pelo fato de atender ao mercado chinês e a retenção dessa categoria para a cria.

Segundo a  analista de mercado da Scot Consultoria, Thayná Drugowick, a cotação da novilha teve uma valorização mais significativa do que foi visto nos preços do boi gordo, que tiveram um ganho de 30% em um ano. “Ainda é cedo para afirmar quando esse mercado vai entrar em equilíbrio novamente, mas a retenção de fêmeas foi mais intensa em 2019. Acreditamos que somente em 2023 vai normalizar a produção de bezerros”, destaca. 

As negociações no mercado do boi gordo seguem em ritmo lento no início desta semana. “Na última semana, observamos um mercado mais travado em função do escoamento lento da produção para o consumo doméstico. A expectativa é que não tenha mudanças significativas no curto prazo já que a oferta está entrando no mercado de forma comedida”, informa. 

A estimativa é que o consumo de carne bovina deve melhorar com a  retomada do auxílio emergencial. “O mercado varejista se encontra em um momento delicado com a queda no consumo do food service e baixo poder aquisitivo da população. A ajuda do governo pode dar uma aliviada neste cenário que anda enfraquecido diante de tantas restrições do isolamento social”, aponta. 

Os preços da carne bovina sem osso tiveram uma queda de 1,5% nos últimos 30 dias, puxados pelos cortes de traseiro. “Nós observamos uma demanda maior pelos cortes dianteiros já que tem menor valor agregado. Segundo o nosso levantamento, o boi casado está próximo de R$ 19,01/kg e o animal inteiro está 18,20/kg e teve um recuo de 0,6% na última semana”, afirma. 

As exportações de carne bovina in natura estão registrando um bom desempenho nas primeiras semanas de março. “A desvalorização do real frente ao dólar ajudou muito nas negociações, mas estamos observando um recuo da moeda americana nos últimos. É um ponto de atenção para o mercado e precisa ser acompanhado”, comenta.