Decreto de prisão de Bolsonaro e "vaza toga" vão dificultar ainda mais negociações do Brasil com os EUA
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As informações tornadas públicas pelos jornalistas David Ágape e Eli Vieira sobre a "justiça paralela" do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a pessoas envolvidas e presas pelos atos do dia 8 de janeiro, em Brasília, "é uma das coisas que explica a prisão de Jair Bolsonaro", explica o cientista político do Canal Dextra, professor Paulo Moura em entrevista ao Bom Dia Agronegócio, do Notícias Agrícolas, nesta terça-feira (5).
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"A meu ver, Alexandre de Moraes sabendo destas informações, que são a continuidade das matérias que a Folha de S. Paulo estava publicando sobre a "vaza toga" e, estranhamente interrompeu justamente quando era hora de publicar as informações mais relevantes, agora isso se tornou público e a prisão do Bolsonaro tem como objetivo disputar as manchetes, e está conseguindo".
Assim, as expectativas estão agora sobre os próximos desdobramentos que estas notícias terão entre a equipe do governo dos Estados Unidos - que em suas primeiras manifestações já condenaram as ações de Moraes - e os impactos disso sobre as relações comerciais com o Brasil. Nos últimos dias houve uma sinalização do governo norte-americano com o brasileiro, porém, a escalada nas decisões do ministro podem provocar uma escalada das ações dos EUA também.
Do mesmo modo, a "escalada retórica" de Lula, dobrando as apostas contra o país de Donald Trump também preocupam.
"Nós estamos vivendo uma situação de estado de exceção. Esteve na boca de várias lideranças da oposição ontem de que o Brasil não é mais uma democracia, que estamos vivendo uma ditadura e todas as pesquisas apontam para uma vitória retumbante nas urnas na eleição legislativa, especialmente no Senado e o STF não é árbitro nesta jogadada. O STF é a camisa 12 do sistema a favor da candidatura à reeleição de Lula e o objetivo deles é restringir completamente a participação da direita na eleição", afirma Paulo Moura.
Outro ponto de atenção, como epxlica o especialista, é a repercussão das últimas notícias na retomada das atividades pelo Congresso Nacional a partir desta terça-feira. A pauta da anistia deverá ganhar ainda mais corpo nos pleitos da oposição - em especial por conta das informações apuradas sobre a atuação de Alexandre de Moraes no que tem sido considerado uma espécie de "gabinete paralelo" - e do impeachment do ministro do STF.
Concluindo sobre os pontos de atenção que exigem o Brasil de hoje, o professor destacou ainda as informações que podem chegar também do ex-assessor de Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, nos próximos dias.
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