Floração irregular e queda de frutos acima do normal podem reduzir a já comprometida produção de café em 2017
O engenheiro agrônomo José Braz Matiello, da fundação Procafé, divulgou um artigo no qual destaca os cuidados que precisam ser observados com as lavouras de café neste ano, principalmente no Sul de Minas.
O clima pode ser responsável por alguns desses problemas, como a florada desigual. Como choveu mais cedo, de lá para cá, as floradas sucessivas causam variação na maturação e podem comprometer a qualidade final do café. O dreno pode acabar utilizando a reserva para nutrir os frutos maiores e os frutos pequenos ficam sem reservas. Logo, quanto maior a florada desigual, há uma maior perda de frutos na lavoura.
Influenciada pelo clima também está uma maior desfolha, fruto de um veranico seguido por chuva. O diferencial hídrico leva a uma inundação no crescimento de botões, o que pode provocar o fenômeno, com florescimento de plantas com pouca folhagem, enfrentando um problema semelhante ao da floração desigual.
Outra preocupação é a mancha aureolada, causada por bactérias em regiões mais frias. De acordo com Matiello, essa doença havia desaparecido, mas ressurgiu em muitas regiões devido a uma umidade constante trazida por chuvas frequentes. Desta forma, as bactérias atacam as folhas e até mesmo o ramo, secando a folhagem.
Por último, uma queima provocada pelo calor do sol, chamada escaldadura, pode atingir o café em regiões de maior temperatura - embora, neste ano, tenha ocorrido até mesmo em regiões mais frias. A intensa exposição das plantas à luz do sol pode levar as folhas a se oxidarem e levarem à morte as células responsáveis pela fotossíntese. A queima ainda provoca a entrada de fungos, que infectam os frutos e causam queda prematura.
Ainda não é possível estimar um potencial de perda para a safra baseado nesses quatro problemas - "varia de lavoura para lavoura", como destaca o engenheiro. O alerta, portanto, é feito a nível de propriedade, para que os proprietários possam conhecê-los e saber o que está se passando.
No entanto, Matiello acredita que a próxima safra de café não deva passar das 40 milhões de sacas. Além dos problemas que podem ser enfrentados, já é considerado um movimento normal que a safra 2017 seja 20% menor do que a anterior.
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