Café para 2018 vale menos de US$200,00 e contratos de opções podem ser uma alternativa segura para não negociar a qualquer preço

Publicado em 14/03/2017 16:54 e atualizado em 14/03/2017 17:54
Confira a entrevista de Janio Zeferino da Silva - Consultor
Entenda porque as opções são uma forma segura de garantir bons preços para o café
O consultor Jânio Zeferino da Silva, em entrevista ao Notícias Agrícolas, destacou a importância da realização de opções no mercado do café, em um momento no qual as "travas são decisões complicadas" e que os preços do café não se mostram atrativos como já estiveram aos produtores rurais.

 

Zeferino diz que "como o mundo inteiro produz café hoje, está na hora de o produtor entender que o café não sobe sempre", uma vez que, sempre que os preços estão em alta, mais países entram plantando. "Para nós, produtores, interessa muito mais a estabilidade", atesta.

A opção, uma espécie de seguro para proteger o produto, faz com que os produtores estejam assegurados das oscilações do mercado de café, de forma com que as opções a futuro são compostas por um prêmio pago no momento da compra e a garantia recebida pelo produtor em um papel, mas o café, no entanto, fica parado na cooperativa - não é entregue nenhum produto físico para assegurar esse preço.

O consultor apresenta o exemplo dos produtores americanos, que nunca plantam sem estar com o seu seguro contratado e também aponta que caso 50% da safra seja assegurada pelas opções, o custo de produção pode ficar totalmente coberto. Se o mercado cair, os produtores também nunca irão comprometer sua safra a mais do que aquele valor vendido.

"O produtor de café age como especulador a todo o momento", avalia Zeferino. Com as opções, os produtores podem também ficar tranquilos em relação à queda do preço do café, assegurado com os preços na alta.

Em qualquer corretora disponível na BM&F é possível realizar os contratos. Basta os produtores escolherem uma corretora de sua confiança e checar as condições para realizar os contratos.

Mercado do café arábica

Para Zeferino, como as regiões produtoras estão com boas possibilidades de chuvas, fator que também ocorreu no mês de fevereiro, é natural que o mercado trabalhe com um viés de baixa, já que há uma possibilidade de uma próxima safra com uma boa florada.

O consultor acredita também que "as altas já passaram" e que, hoje, o mercado também briga com o câmbio. Uma melhora é esperada a partir do mês de junho, dependendo das primeiras colheitas. No entanto, ele diz que o mercado é favorável em função de uma safra mais baixa esperada para o Brasil e um consumo crescente.

No mercado futuro, aponta-se negócios a R$550 a saca no Porto de Santos/SP. Com isso, ele aconselha os produtores a venderem em lotes, parceladamente, em cada movimento de alta, para obter uma média de preços.

Para 2018, devemos ver a entrada de novas variedades de café plantadas em 2015, dando-se, assim, uma renovação do parque cafeeiro do país, com produtividades mais altas. Zeferino acredita, portanto, que nos próximos anos não será falado em bienalidade.

Embora uma safra baixa possa elevar o preço do café, é preciso também acompanhar países asiáticos como o Vietnã e o Camboja, além de obter estimativas de safra independentes feitas pelas próprias associações de produtores, para ter uma previsão de safra mais confiável do que as estimativas oficiais.

Café conilon

A perspectiva deste ano para o café conilon no Brasil é de uma safra normal, de 12 milhões de sacas. Na safra anterior, o arábica foi favorecido pela falta da variedade no mercado, mas importantes contratos de café solúvel foram perdidos. Ou seja: uma piora do conilon não é benéfica para a cadeia produtiva como um todo.

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Por:
João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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