Produtor do Cerrado Mineiro explica práticas adotadas para conquistar primeiro selo de cafeicultura regenerativa do mundo

Publicado em 13/01/2022 14:04
Fernando Nogues Beloni
Produtor do Cerrado Mineiro explica práticas adotadas para conquistar primeiro selo de cafeicultura regenerativa do mundo

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O cooperado da Expocaccer (Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado Ltda.), Fernando Nogues Beloni, foi destaque no mundo da cafeicultura no âmbito internacional no mês de dezembro pela conquista do título de primeira fazenda de café do mundo com certificação de agricultura regenerativa.

O feito, concedido pela certificadora britânica, Control Union, valida as práticas sustentáveis realizadas há mais de três anos na propriedade do cafeicultor, com foco no aumento da saúde do solo, estímulo da biodiversidade, controle da emissão de gases de efeito estufa e do sequestro de CO2.

De acordo com Beloni, o interesse pela agricultura regenerativa aconteceu de forma natural e a busca pela certificação foi instigada por meio da comercialização do seu café pela Expocaccer a uma empresa francesa que externou o interesse pela certificação.

“Um dos incentivos para obter a certificação foi quando vendi meu café para uma empresa da França e eles me perguntaram se eu tinha algo voltado paraagricultura regenerativa. A substituição dos fertilizantes e defensivos químicos por orgânicos, dentre outras práticas sustentáveis, já era uma realidade na minha fazenda e, com o questionamento do cliente, resolvi buscar uma certificação internacionalmente reconhecida que confirmasse o que nós já estávamos fazendo na prática. O resultado foi o melhor esperado e hoje estamos muito felizes em ser a primeira fazenda de café com a certificação no mundo”.

A agricultura regenerativa utiliza processos de produção que restauram o solo, melhoram a biodiversidade entre os polinizadores naturais (abelhas e borboletas) e ampliam a captação de carbono no solo, obtendo assim benefícios ambientais duradouros.

No total, após submeter a fazenda ao processo de obtenção da certificação, Fernando Beloni esperou cerca de 3 meses para o resultado. “Inicialmente diminuímos a utilização dos defensivos químicos para possibilitarmos a regeneração da vida biológica do solo e plantas na fazenda, mas ao perceber os benefícios gerais na lavoura, resolvemos profissionalizar os trabalhos voltados para agricultura regenerativa e contratar uma consultoria para então obter a certificação”. Ressalta Fernando Beloni.

Para quem produz, a agricultura regenerativa permite um aumento na produção de cafés e na rentabilidade do negócio, com a valorização dos grãos. Por outro lado, para os consumidores, cada vez mais atentos à origem e qualidade dos alimentos que chegam às mesas de suas casas, os cafés
originados de uma produção regenerativa oferecem um produto mais saudável, além de conectá-los a um conjunto de valores e processos que envolvem um produto ético e ambientalmente responsável.

Segundo Beloni não foi difícil conseguir a certificação, uma vez que as práticas sustentáveis estão presentes na forma de produção dos cafeicultores do Cerrado Mineiro. “Acredito que não tive muitas dificuldades em conseguir a certificação, pois para os cafeicultores dessa Região a transição para uma cafeicultura responsável vem acontecendo naturalmente há alguns anos.”

O Presidente da Expocaccer, Glaucio de Castro, ressalta que a certificação concedida ao Fernando Beloni consolida a iniciativa do produtor e vem também como uma inspiração para a cooperativa e seus cooperados. “Os nossos cafeicultores são conhecidos pelo pioneirismo. A conquista do nosso cooperado Fernando Beloni reconhece os esforços dele e dos demais associados da Expocaccer, que vêm investindo e se dedicando cada vez mais à produção de cafés ambientalmente diferenciados, socialmente justos e economicamente viáveis. O resultado alcançado pelo Beloni nos deixou ainda
mais orgulhosos e convictos de que estamos no caminho certo”.

O aumento na demanda da produção de cafés sustentáveis por parte dos seus associados fez com que a Expocaccer conquistasse os selos orgânicos brasileiro, europeu, americano e japonês. Isso habilita a cooperativa a armazenar e comercializar os cafés de produção orgânica de seus cooperados
aos países considerados os mais exigentes do mundo nos quesitos qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade.

A agricultura sustentável traz benefícios tanto quem consome quanto para quem produz, pois contribui para um mundo com mais qualidade de vida, agrega valor ao produto e colabora para a redução dos custos de produção.

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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