Reabertura de plantas processadoras de carne nos EUA ajudam a elevar os preços dos suínos

Publicado em 06/05/2020 11:49 e atualizado em 06/05/2020 17:18
Aaron Edwards - Consultor de Mercado da Roach Ag Marketing
De acordo com analista, não houve redução na demanda pela proteína, e agora que o gargalo na produção começa a ser afrouxado, os preços que caíram drasticamente começam recuperação

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Entrevista com Aaron Edwards - Consultor de Mercado da Roach Ag Marketing sobre o mercado de suínos dos EUA

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A partir da segunda quinzena de abril várias grandes plantas processadoras de carne nos Estados Unidos fecharam por conta de contaminações de coronavírus entre funcionários. Com este gargalo formado, suinocultores ficaram com os animais represados, e tiveram até que tomar medidas como sacrificar os animais para liberar espaço nas granjas. 

De acordo com Aaron Edwards, analista de mercado da Roach Ag Marketing, dos Estados Unidos, o contrato de maio para 100 libras de suínos caiu de US$ 80 para US$ 35, atingindo o fundo do poço, e agora já alcança patamares de US$ 65.

Ele explica que entre as razões para haver um movimento de recuperação dos preços está o decreto do presidente Donald Trump para a manutenção das plantas abertas, datado do final de abril, e o retorno das atividades de uma planta da Smithfield Foods e duas da Tyson Foods nesta semana. 

"O mercado começa a já precificar as notícias melhores, e se as notícias continuarem favoráveis, se não houver outro choque desses como vimos, é possível que continue com preços fortalecendo". 

Edwards explica que não houve redução na demanda, mas sim um gargalo na cadeia de abate, o que fez com que os produtores não conseguissem vender os animais. 

"O preço do animal futuro foi lá para baixo, o animal vivo na fazenda não valia nada, e enquanto isso, o 'pork cut out', que é o produto já preparado pelo frigorífico, subiu de US$ 65 para US$ 107 cada 100 libras", disse. 

A perspectiva agora é que, como as plantas processadoras estão reabrindo paulatinamente, e a oferta de animais para abate foi reduzida pelo sacrifício de suínos, Edwards levanta a possibilidade de os preços retornarem mais altos do que eram antes do surto de Covid-19. 

MERCADO EXTERNO

Segundo o analista, o ano de 2020 será dividido em dois cenários: o primeiro bimestre, com o agronegócio lidando com o coronavírus, e o segundo será a respeito da demanda, com o mundo precisando de alimentos em quantidades superiores ao que vem sendo projetado.

"Vamos ter fote demanda, principalmente para a China. Eles precisam comer e querem manter altos os estoques de alimento, portanto deve ser o compradore mais forte". 

No começo do ano, Edwards explica que a expectativa era de que a suinocultura, de etodo agro americano, seria o setor mais promissor. Após a assinatura da primeira fase do acordo comercial entre Estados Unidos e China, entretanto, as exportações não têm sido tão fortes como muitos analistas esperavam.

"Acho importante reconhecer que é um 'ainda', já que há boa parte do ano a ser transcorrido.Com o câmbio do Brasil como está, as compras feitas do produto brasileiro é muito mais encorajada. Para quem exporta carne, tem motivos para otimismo".

Para Edwars, os EUA têm uma oferta grande e confiável, "ou pelo menos tinha", após o choque com a suspensão das atividades de grandes processadoras de carne. "É possível que o Brasil abocanhe uma fatia maior dessas exportações."

CONTRATO FUTURO DO SUÍNO EM MAIO

pork futures contrato futuro suíno março eua

 

Segundo Edwads, o gráfico a seguir mostra na linha azul escura e sinza marcam o 'pork cut-out', que é o produto final saído do frigorífico. Uma das linhas aponta os dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), e a outra, da Bolsa de Chigaco (CME). A linha amarela mostra o preço físico do porco e a linha azul clara é o índice de porco magro. "A movimentação foi similar em todas, mas as margens entre o cash e pork cutout aumentaram".

PORK CUT OUT PRODUTO FINAL FRIGORÍFICO ESTADOS UNIDOS

 

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Por:
Letícia Guimarães dos Santos
Fonte:
Notícias Agrícolas

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