Onda de frio no hemisfério norte explica veranicos e chuvas irregulares no Brasil, diz Molion

Publicado em 01/02/2019 15:06
Luiz Carlos Molion - Climatologista
Para climatologista, afirmar que o clima está sob influência de El Niño é um erro

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Entrevista com Luiz Carlos Molion - Climatologista sobre os Destaques do clima para o Brasil

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O climatologista Luiz Carlos Molion conversou com o Notícias Agrícolas nesta sexta-feira (01) para destacar algo que já havia sido adiantado por ele em sua última entrevista: segundo ele, o Brasil não se encontra sob a influência de um El Niño.

Ele ressalta que, de acordo com os dados de até 23 de janeiro, as águas estão se resfriando, de forma que a tendência é um período de neutralidade. A afirmação de Molion tem base em seu modelo de previsão por similaridade.

Para o climatologista, caso o El Niño ocorra, ele deverá se fazer presente no segundo semestre, a partir do mês de setembro, mas deve ser fraco e sem grandes consequências para o total pluviométrico.

Assim, seria a própria atmosfera que estaria influenciando o momento atual. Ele observa este fator a partir do índice de circulação atmosférica, que está em tendência de queda. Neste período, as frentes frias trariam mais ar polar em direção à região equatorial e, para ele, é isso que está ocorrendo no Hemisfério Norte como um todo.

A vinda da frente fria do Hemisfério Norte até a costa brasileira, juntamente com a frente fria que surge na porção sul da América do Sul, quando se convergem, criam uma situação chamada de Vórtice Ciclônico de Altos Níveis.

Desta maneira, como ressalta o climatologista, a questão cíclica teria a ver muito mais com essas questões apontadas do que com as estimativas climáticas divulgadas pelas organizações responsáveis por essas previsões.

Frente fria avança sobre sul e sudeste neste domingo; ar mais fresco muda temperatura (por Josélia Pegorin, da Climatempo)

Janeiro de 2019 entrou para lista de meses especiais na climatologia do Brasil por causa de seu calor histórico. Temperaturas da ordem dos 40°C foram registradas nos três estados da Região Sul, em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Recordes históricos de calor foram batidos.

Mas este calorão está chegando ao fim e quem vai por as temperaturas no lugar é uma frente fria que espalhou temporais pelo Sul do Brasil no sábado, 2 de fevereiro. Mesmo assim, antes da chuva, o calor ainda foi intenso especialmente em Santa Catarina e no Paraná. Medições do Instituto Nacional de Meteorologia mostraram que o interior de São Paulo voltou a registrar 40°C. O Mato Grosso do Sul chegou muito próximo desta marca. temperaturas entre 37°C e 39°C foram observadas em diversos locais do Paraná, do Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia.

Frente fria chega ao Sudeste

A frente fria “aliviadora da pátria” avançou pelo litoral da Região Sul no sábado, dia 2, e no domingo, 3, vai passar pelo litoral de São Paulo e chega ao litoral fluminense, na altura da cidade do Rio. Isto quer dizer que, além da chuva, o vento fresco de origem polar será sentido no decorrer deste domingo sobre o Sul do Brasil, nas áreas mais ao sul de Mato Grosso do Sul, em São Paulo, no sul do Rio de Janeiro e até no Sul de Minas.

A tarde do domingo já será bem menos quente do que a do sábado, mas a persistência do ventinho fresco, o aumento da nebulosidade e a chuva vão baixar ainda mais a temperatura no centro-sul do Brasil na segunda e a terça-feira, 5 de fevereiro.

Na segunda-feira, dia 4, a frente fria chega ao litoral do Espírito Santo e continua próxima ao litoral capixaba também na terça-feira,5, levando chuva e ar fresco para este estado e também para algumas no leste de Minas Gerais.

Primeira FF de fev 2019

Temperatura em declínio

Confira a diferença de temperatura esperada para alguns locais do Sul e do Sudeste até a segunda-feira, 4 de fevereiro


 

Cidade

T max 2/2 (°C)

T max

prevista 4/2 (°)C

Diferença (°C)

Porto Alegre (RS)

31

25

-6

Florianópolis (SC)

31

26

-5

Curitiba (PR)

34

22

-12

Maringá (PR)

38

28

-10

Porto Murtinho (MS)

40

36

-4

São Paulo (SP)

36

25

-11

Barretos (SP)

39

30

-9

Rio de Janeiro (RJ)

38

27

-11

Bloqueio atmosférico quebrado

Esta frente fria será responsável pela quebra do bloqueio atmosférico e vai abrir caminho para outros sistemas atuarem sobre o Brasil no decorrer do mês de fevereiro. A primeira quinzena do mês pode terminar com influência de uma grande frente fria.

Isto não quer dizer que fevereiro de 2019 será todo com temperatura agradável e muita chuva. Ainda teremos dias bem quentes no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, mas não com temperaturas tão altas como em janeiro e nem por tantos dias consecutivos.

O aumento da nebulosidade e da frequência da chuva vão impedir que a temperatura fique extremamente alta. Fevereiro será quente, mas não extremo.

Frente fria começa a virar o tempo em SP neste domingo

Quase sem nuvens no céu, com sol forte desde o dia todo, a cidade de São Paulo continuou extremamente no sábado, 2 de fevereiro, mas o calorão está com horas contadas. A chegada de uma frente fria ao litoral de São Paulo neste domingo vai virar o tempo pelo avesso. A Grande São Paulo passar alguns dias cheia de nuvens, com chuva e temperatura amena.

Entre a segunda-feira, 4, e a quarta-feira, 6 de fevereiro, a capital paulista terá madrugadas com temperaturas abaixo dos 20°C e tardes com frescas, com até 27°C. Mas a esta próxima semana vai terminar com calor beirando os 30°C novamente. Confira como vai ficar a temperatura na cidade de São Paulo.

Risco de temporal neste domingo

Com o choque do ar frio que vem com a frente fria e o ar muito quente que está sobre todo o estado de São Paulo, o domingo, 3, é de alerta para temporais em todas as regiões paulistas.

O extremo sul do estado deve ter chuva já pela manhã, mas na Grande São Paulo e nas demais regiões paulistas, as fortes pancadas de chuva são esperadas para tarde e noite. Há risco de raios e rajadas de vento intensas, entre 60 km/h e 80 km/h, incluindo a Grande São Paulo. Confira a previsão para o estado de São Paulo.

Temperatura em declínio

O domingo ainda é abafado no estado de São Paulo, mas as temperaturas já não atingem valores extremos como até o sábado. A partir de segunda-feira, a chuva e presença de ventos frios de origem polar baixam muito a temperatura em todas as regiões paulistas. Esta próxima semana será fresca. No sábado, 2, o Instituto Nacional de Meteorologia ainda registrou 40,1°C em Tupã e 39,2°C em Votuporanga.

Alerta especial para o litoral

A passagem desta nova frente fria pelo litoral paulista vai criar condições para uma forte circulação marítima, que vai manter uma intensa concentração de umidade e nebulosidade sobre litoral entre o fim da tarde do domingo, 4 de fevereiro, e o começo da noite da segunda-feira, 5 de fevereiro. Um grande volume de chuva está sendo esperado especialmente para a Baixada Santista e para o litoral norte que poderá causar enchente e grande alagamentos, além de deslizamento de encosta.

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Foto por Guilherme Gaspardi, Itapira(SP) (Climatempo)

 

Estação meteorológica da USP bate recorde de 86 anos

Fevereiro começou fervendo na cidade de São Paulo. A estação meteorológica da USP localizada no bairro da Água Funda, em frente ao Zoológico, registrou uma temperatura máxima de 36,3°C na tarde de 1 de fevereiro de 2019. Foi um, sendo a maior temperatura já registrada desde 1933, quando se iniciaram as medições neste local. recorde de calor histórico em 86 anos O recorde anterior era do dia 1 de fevereiro de 2014, quando a temperatura chegou aos 36,1°C.

Na zona norte da capital paulista, no Mirante de Santana, o Instituto Nacional de Meteorologia registrou 35,5°C na tarde de 1/2/2019 e foi a quinta maior temperatura para um dia de fevereiro em 76 anos de medições, igualando a marca de 5/2/2014 (por Josélia Pegorin).

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas/Climatempo

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2 comentários

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    O professor Molion fez e continua fazendo um grande trabalho, que irá gerar frutos por muitas gerações. Professor Molion merece todo respeito e consideração pois, sem dúvida, é um grande climatologista. Homem honrado que combateu com grande coragem e determinação, praticamente sozinho, a falácia do aquecimento global antropogênico. Da teoria apresentada pelo professor Molion sairão os meios de sair dessa camisa de força imposta a sociedade brasileira pelos ambientalistas radicais.

    7
  • Adelar de Oliveira marques São desiderio - BA

    Dr Molion, com El nino ou não, o sr disse que o Oeste da Bahia não ia sofrer impacto de 30 dias sem chuva ... se não causou impacto me desculpe, então o errado sou eu...

    9
    • carlo meloni sao paulo - SP

      Ser agricultor nao e' mole, ma ser meteorologista e' muito pior -----Eu eihm ??/

      7
    • Mauro Costa Beber Condor - RS

      Um grande influenciador do clima no Brasil é Oceano Atlântico, pouco estudado pelos climatologistas. Os modelos matemáticos de previsão climática são na maioria baseados no desvio de TSM do Oceano Pacífico, por isso tantos erros de previsão de clima no Brasil. Afirmo isso baseado em meus estudos estatísticos dos últimos 30 anos, que comprovam isso.

      1
    • elcio sakai vianópolis - GO

      Sempre falo que previsão do tempo não tem esse nome à toa..., se acertasse sempre, chamaria "certeza meteorológica".

      1
    • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

      De fato, o dr Molion foi contra todos na questão do El Niño. Agora está uma bagunça no clima, quando é nem um nem outro, ninguém pode acertar. O Sul do Maranhão seria região afetada negativamente pelo el nino acabou sendo afetada sem ele nino.

      0
    • Edmeu Levorato Uberaba - MG

      Não sei em que se baseia o Sr. Molion, que não admite as mudanças climáticas, mas cada vez mais as previsões do IPCC se confirmam, ou seja exacerbações dos eventos. Ou chove muito ou chove pouco. Ou faz muito calor ou muito frio e por aí vai. Ele continua dizendo que o planeta está esfriando quando o sonho de consumo hoje é o ar condicionado. Muda Dr. que ainda há tempo.

      24
    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Edmeu, o Dr. Molion se baseia no principio da similaridade... Existem várias entrevistas no NA onde ele fala sobre o assunto. ... ... ... Vejo que nós, humanos, estamos a cada dia mais conscientes da nossa ignorância sobre tudo que nos cerca. ... ... Imagino se vivêssemos em vez de algumas décadas de anos, fossem milhares de décadas de anos. Será que estaríamos discutindo os mesmos temas ou teríamos obtido sabedoria dos tempos vividos?... ... Os argumentos do Dr. Molion se baseiam em agentes naturais de peso nos eventos da natureza. O mar, o sol... Enfim são "estruturas" que estão há um bom tempo participando da história do universo ... ele não usa apenas uma especie que acabou de aparecer, achando que ela que é a responsável pelas mudanças climáticas, ou que ela é a única capaz de mudar o clima para alcançar o seu bem-estar. ... ... O que vocês me dizem sobre as ocorrências climáticas que ocorreram há milhões de anos passados, onde a presença do Homo sapiens nem era aventada. ... ...De quem era a "culpa" ???

      1
    • Gustavo Polizelli

      E agora? O que fazer nas próximas safras?

      0