Inmet prevê atraso das chuvas em áreas de café e grãos no Brasil; veranico no início de 2020

Publicado em 21/08/2019 11:14
Francisco de Assis Diniz - Chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Inmet
Meteorologista do Inmet apresentou no I Fórum Café e Clima modelos de previsão que apontam atraso das chuvas para áreas de café nos próximos meses e altas temperaturas. No cinturão de grãos, a situação pode ser ainda mais adversa. Mapas estendidos apontam tendência de veranico no início de 2020.

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Francisco de Assis Diniz, chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Inment, participou na terça-feira (20), do I Fórum Café e Clima em Guaxupé/MG. Francisco conversou com o Notícias Agrícolas sobre a previsão climática para áreas de café nos próximos meses.

De acordo com o meteorologista, os cafeicultores do Brasil enfrentarão um mês de setembro seco na região Sudeste. “A outra condição é que a chuva deva se estabelecer aqui no Sul de Minas no mês de outubro”, afirma. Já as temperaturas deverão ficar acima das médias esperadas, podendo o meses de outubro e setembro terem máxima mais elevada do que no mês de novembro.

Os mapas estendidos apontam ainda a tendência de um veranico no início de 2020, que seria o período de enchimento de grãos do café. “O problema é que esse veranico muitas vezes tem sido prolongado, então há uma alta probabilidade de ter o veranico pela previsão no mês de janeiro”, explica.

Já os produtores de grãos, que devem começar o plantio em setembro, principalmente sda soja, também sentirão as intempéries climáticas durante a safra. “Quase não deve ter chuva em setembro do lado Central do Brasil, entre Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Leste da Bahia”, explica. De acordo com Francisco, provavelmente acontecerá um atraso nas chuvas, com a previsão indicando precipitações apenas para outubro.

O fenômeno do El Niño, apesar de estar passando atualmente por período de neutralidade, pode ser que no início de 2020 ele retorne “Está indicando a condição de neutralidade durante o resto deste semestre e dando a condição de uma volta do El Niño, porém fraco”, explica. É necessário ainda aguardar o início do fenômeno para que os possíveis impactos ao produtor possam ser avaliados.

Previsão probabilística em tercis - Percipitação - Fonte: Inmet
Previsão probabilística em tercis - Percipitação - Fonte: Inmet

Previsão de anomalias de precipitação dos próximos 3 meses - Fonte: Inmet
Previsão de anomalias de precipitação dos próximos 3 meses - Fonte: Inmet

Veja a palestra completa de Francisco de Assis Diniz na íntegra:

 

Ministro do Meio Ambiente diz que seca e calor ampliam queimadas

Ricardo Salles sobrevoou áreas atingidas pelas chamas em Mato Grosso

O ministro do Meio Ambiente (MMA), Ricardo Salles, sobrevoou ontem(21) algumas regiões no entorno de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, para acompanhar o combate a queimadas no estado. Segundo o ministro, a maior parte dos focos de incêndio está localizada na área urbana. Salles destacou que, dos 10 mil hectares de área que foram queimados, cerca de 3 mil estão localizados na Chapada dos Guimarães.

Segundo o ministro, o governo federal apoiar todos os estados que precisarem de reforços federais em função das queimadas. Mais de mil brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio ) estão atuando para conter as chamas em regiões críticas.

Salles destacou que o que ele verificou foi que a maior parte dos focos de incêndio é proposital, em áreas de concentração de lixo, o que é “muito ruim”. “A maior concentração de focos aqui na região está em perímetro urbano, (...) razão pela qual essa concentração de fumaça na cidade.”

Apenas na Chapada dos Guimarães, segundo o ministro, atuam 69 brigadistas do Ibama e mais de 20 membros do Corpo de Bombeiros do Estado de Mato Grosso. O fogo teria se proliferado muito rapidamente, em apenas um dia, em razão do calor, da baixa umidade e do vento forte, de acordo com o ministro.

Em entrevista à imprensa em Cuiabá, Salles destacou que o agronegócio brasileiro é um exemplo de sustentabilidade, utiliza as melhores práticas, mas nem por isso “está imune a riscos”.  De acordo com ele, não houve redução de recursos para a contenção de incêndios florestais. “Não há corte na destinação final de recursos de trabalho de incêndio, tanto que estamos com o mesmo número de brigadistas, trabalhando da mesma forma", afirmou. "Agora é um clima que está mais seco, mais quente, com mais vento, e isso propicia uma propagação maior dos focos”, acrescentou.

O ministro esteve acompanhado do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes. Ricardo Salles deve visitar outros estados a partir da próxima semana para monitorar as queimadas e o desmatamento ilegal.

Combate ao fogo

Nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro destacou que as equipes ICMBio e Ibama estão atuando na Amazônia contra as queimadas e que as Forças Armadas devem reforçar o combate com as equipes locais, assim como a Força Nacional deve enviar 40 homens para a região. Para o presidente, o aumento de queimadas registrado nos últimos dias na Amazônia pode ser resultado de ação criminosa.

“É um crime, o governo não está insensível para isso. Mas temos uma guerra acontecendo no mundo contra o Brasil, a guerra da informação”, disse, ressaltando que o governo vai investigar os responsáveis por esse crime.

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Por:
Jhonatas Simião e Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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