Atraso nas chuvas pode adiar plantio na metade norte do país e veranicos entre janeiro e março devem afetar o Sul e o Sudeste

Publicado em 06/08/2020 16:39 e atualizado em 09/08/2020 11:17
Luiz Carlos Molion - Climatologista
Para o climatologista Luiz Carlos Molion o produtor deve se planejar para fugir de períodos críticos para a lavoura

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Entrevista com Luiz Carlos Molion - Climatologista sobre o clima

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Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o climatologista Luiz Carlos Molion destacou que no período de outubro a novembro, o clima não aponta grandes problemas para o plantio e início do desenvolvimento das lavouras nas regiões sul e sudeste do Brasil. "Em contrapartida, o início da estação chuvosa nas regiões mais ao norte (Mato Grosso, Goiás, Tocantins, sul do Pará e Amazonas), o início da estação chuvosa deve atrasar e começar a firmar nessas regiões no dia 20 de novembro", afirma Molion. 

Mas o pesquisador lembrou que apesar de um início de desenvolvimento favorável para as lavouras nas regiões Sul e Sudeste em função de frentes frias que tendem a ficar estacionárias desde Rondônia até o Rio Grande do Sul, no primeiro trimestre pode haver uma redução considerável nos volumes de chuvas. "A minha preocupação maior com sul e sudeste é o período de janeiro a março. Espero que haja uma redução de chuvas, em particular no mês de fevereiro, em função do deslocamento do sol", comenta. 

As reduções mais expressivas de chuvas podem acontecer principalmente no oeste do Paraná e sul do Mato Grosso do Sul, com até 80% a menos de chuva. Para as demais áreas do sul e do sudeste, a redução pode ficar entre 40 e 50%. 

Para estas regiões é importante que o produtor faça um planejamento para que as principais fases do desenvolvimento da lavoura ( floração e enchimento de grãos)  não sejam prejudicadas pelos veranicos já previstos pela climatalogia.

 Para o início do plantio na metade norte do país a indicação  é "atrasar o máximo possível (Mato Grosso,  Goiás, Tocantins e Bahia), o plantio,  já que , ao contrário do que pode acontecer no Sul e Sudeste, para estas regiões existem previsões de chuvas acima da média nos primeiros meses de 2021", explica. 

Molion destaca ainda que no momento, o monitoramento indica que as temperaturas nas águas do Pacífico não devem  ter influência a ponto de provocar um La Niña. "O que a gente tem percebido é que está havendo uma troca. As vezes a região fica com a água um pouco mais quente e logo depois as águas são substituídos por águas mais frias. É uma mudança que não afeta  a atmosfera e portanto, a condição é de neutralidade", explica. 

Segundo o professor, as últimas previsões meteorológicas internacionais indicam chances de 55% de La Niña fraco para os meses de setembro, outubro e dezembro. Após esse período, entre janeiro, fevereiro e março, as condições indicam 73% de neutralidade. 

 

 

 

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Por:
Aleksander Horta e Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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