ESPECIAL: Milho deve deixar dependência de outras culturas e ter lavouras de 1ª em 2012

Publicado em 26/12/2011 12:16
ESPECIAL: Milho brasileiro tem condições de atender demanda mundial, mas para isso são necessárias políticas públicas de qualidade e parcerias entre produtores, consumidores e fornecedores de insumos. Produtor do cereal deve investir em tecnologias para triplicar sua produção em 2012.
Na segunda entrevista da série especial do Notícias Agrícolas, Alysson Paulinelli, presidente-executivo da Abramilho, explica que 2011 foi um ano excepcional para o produtor de milho no Brasil, mas que deixou muito a desejar ao consumidor interno do cereal e essa é a preocupação do setor para 2012.

O representante da Abramilho e ex-Ministro da Agricultura defende que o milho no Brasil deve deixar de ser uma cultura dependente da área de rotação da soja ou da safrinha para adquirir, assim como nos EUA e na China, uma lavoura de primeira e que ofereça estabilidade para o produtor. “O milho é um cereal básico nas rações e em algumas regiões do mundo na alimentação humana. Veja o caso da China, que sempre foi auto-suficiente em milho e chegava a exportar, hoje ela já declarou que não tem milho e vai precisar de 20 mi/toneladas. Os Estados Unidos já informaram que estão sem milho para fabricar seu etanol e o Brasil tem produtores para produzir com qualidade e preços competitivos. O Brasil precisa ter sua safra de milho como uma safra de 1ª. Temos que ir para 200 milhões toneladas."

Segundo Paulinelli, para avançar em produção é preciso que o setor motive o Governo a apoiar mais o desenvolvimento da cultura, caso não queira ter que importar milho para atender a demanda interna.  “No mundo inteiro o milho é sustentado por políticas públicas que nós não temos aqui no Brasil. O crédito ao produtor vai mal, preço mínimo é horrível, o produtor não tem seguro para intempéries de clima, a comercialização também vai mal, se gasta mais que o preço de produção com transporte até o porto. Porém, não devemos só brigar com o Governo, temos que oferecer uma parceria, com programa de produção de milho para que o Brasil atinja potencial que ele pode ter dentro do mercado, mas para isso, é preciso que esteja junto produtor, consumidor, fornecedores de insumos e de máquinas. É preciso harmonizar os interesses entre consumidores e produtores e evitar a sanfona na produção e preços”, explica.

Mesmo com a migração de produtores para o milho na próxima safra e a rotação das culturas, Paulinelli não acredita em excesso de produção em 2012. “O milho é hoje um dos cereais mais importantes do mundo. Mercado nós teremos, o que não pode acontecer é deixar a falta de logística, a falta de comercialização, a falta de garantia de preço mínimo prejudicar o produtor. O Governo atual já demonstra que está querendo mudar isso. Até o ano passado o milho tinha financiamento de apenas R$650,00, a Presidente Dilma Rousseff já aumentou esse valor para R$1.150,00.”

Paulinelli conclui afirmando que o produtor deve investir em tecnologias para aumentar sua produtividade, plantando somente milho em algumas áreas e não misturando o cereal com culturas como mandioca, arroz e feijão, como é possível encontrar em algumas localidades do País. “Agora é desenvolver essa tecnologia e triplicar a produtividade”, finaliza.

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Por:
Aleksander Horta e Ana Paula Pereira
Fonte:
Notícias Agrícolas

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6 comentários

  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    Antigamente se plantava milho e colhia a própria semente...Acabaram com isto e hoje um saquinho de semente é o preço de quase dez sacas de milho colhido..plantar o produto.hoje é o mesmo que dar milho a bode..Não foi por acaso que nosso milho acabou, como não foi por acaso que o nosso porco caipira também foi pro beleléu...Até o exército andou matando nossos leitões, quem levou vantagem foi a França ...Agora somos dependentes de importação deste porco frances sem gosto algum...Prá não dizer que somos dependentes de ovos e frangos que importamos plantéis de linhagem fêmea e machos dos Estados Unidos, porque fecharam a Granja Guanabara que fazia experimentos com uma raça brasileira...Se parar a importação de pintos dos Estados Unidos, em poucas semanas falta carne de frango e ovos no Brasil...e o govêrno nem se dá conta que precisa fazer pesquisa como fazia a granja Guanabara que me parece foi extinta.a mando não sei de quem...

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  • Hilário Casonatto Lucas do Rio Verde - MT

    Paulinelli o sr é um grande sonhador

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  • Guilherme Frederico Lamb Assis - SP

    Corrigindo o meu comentário anterior que no ultimo parágrafo que ficou sem a devida pontuação:

    "Na situação atual, governo não é a solução para nossos problemas. Governo é o problema" Ronald Regan.

    "Elimine a causa que o efeito cessa".

    O efeito sanfona nos preços do milho é justamente causado pela interferência estatal que impede as leis de mercado (oferta e demanda) atuarem sobre os preços. Sem livre mercado não existe lucro e conseqüentemente inexiste prosperidade econômico, vide países socialistas que estão em estagio mais avançado de comunismo tirano que nós (Venezuela, Equador, Bolívia).

    Esse DesGoverno populista só toma medidas inócuas para ludibriar os idiotas uteis, COM 1,150,000,00 R$ HOJE SE CONSEGUE COMPRAR INSUMOS PARA 600 HECTARES DE MILHO USANDO ALTA TECNOLOGIA (APENAS SEMENTES, FERTILIZANTES, CORRETIVOS E AGRO-QUÍMICOS), SENDO UMA AREA PEQUENA NO SETOR DE GRÃOS.

    NÃO COBRE CUSTOS OPERACIONAIS (DIESEL, HORA MAQUINA, ETC) E NEM OUTROS CUSTOS DIRETOS DE PRODUÇÃO, ALEM DE QUE PARA MUITOS PRODUTORES DE GRÃOS A BUROCRACIA E OS ENTRAVES CRIADOS POR ELA IMPEDEM A AQUISIÇÃO DOS RECURSOS EM TEMPO HÁBIL SENDO QUE O MESMO SEQUER COBRE OS CUSTOS DE PRODUÇÃO.

    MAIS DO MESMO, POLÍTICA DE PÃO E CIRCO... COMO O GOVERNO FAZ COM O BOLSA FAMILIA PARA OS MISERÁVEIS E O BOLSA BNDES PARA OS RICOS AMESTRADOS QUE FINANCIAM OS PARTIDOS BOLIVARIANOS NO BRASIL.

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  • Flavio Schirmann Formigueiro - RS

    Ao contrário Sr. Paulinelli, o produtor que manteve seu "conhecimento local sua tecnologia própria" atravéz da CULTURA CONSORCIADA do milho com outras culturas sempre teve menor ataque de pragas e maior retorno econômico além da autosuficiência de ração para seus animais ( 60% da ração é constituida de milho). Gandes plantios de monocultura só vai "engordar" os cofres das empresas de insumos...É ISSO QUE QUEREMOS??? A tecnologia existe, só é muito cara, técnica e econômicamente não sustentável a longo prazo, ecológicamente incorreta e socialmente injusta...

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  • Guilherme Frederico Lamb Assis - SP

    O problema de infra estrutura no Brasil é gritante mesmo, aliado a carga tributaria, os juros, a falta de liberdade de mercado dentre outros fatores que são denominados CUSTO BRASIL matam o setor produtivo verdadeiramente privado.

    POREM O SENHOR ALYSSON PAOLINELLI CONTINUA A PROPOR MAIS DO MESMO, A ATACAR O EFEITO DO PROBLEMA E NÃO A CAUSA.

    A CAUSA DE NOSSOS PROBLEMAS É O ESTADO INCHADO, PESADO, INTERVENCIONISTA E MANIPULADOR.

    O QUE PRECISAMOS CHAMA-SE ESTADO MÍNIMO COMO OCORRE NOS EUA E TAMBÉM QUE O FEDERALISMO FUNCIONE VERDADEIRAMENTE TAMBÉM COMO NOS EUA. PRECISAMOS DE LIVRE MERCADO!

    AQUI PRECISAMOS ACABAR COM AS ESTATAIS QUE SÓ SERVEM DE CABIDE DE EMPREGO PARA A PTRALHADA VIVER PARASITANDO OS IMPOSTOS PAGOS POR QUEm PRODUZ, ALIMENTANDO A CORRUPÇÃO E ELEVANDO AS DESPESAS PUBLICAS, QUE ALIMENTAM OS JUROS ALTOS E A INFLAÇÃO.

    "Na situação atual, governo não é a solução para nossos problemas. Governo é o problema" Ronald Regan

    "Elimine a causa que o efeito cessa"

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  • Everton Pereira de Oliveira Três Corações - MG

    Quando teremos uma politica honesta, sabendo que nos produtores não paramos de plantar , pois somos o Celeiro do Mundo.

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