ESPECIAL: Apesar de crise na Europa, avicultura brasileira termina bem o ano e números devem se repetir em 2012
No entanto, 3º trimestre começou bem para o avicultor. De acordo com Turra, “o mês de novembro foi surpreendentemente bom para a categoria, crescemos em volume 12% em relação a novembro de 2010. O final do ano vai resultar em um aumento das exportações, aumento no mercado interno, com maior consumo. Chegamos ao final do ano com muitas conquistas e avanços, mas muita luta também para enfrentar protecionismo indireto do mercado russo e alguns mercados que tiveram dificuldade com a crise.”
Mas 2012 também foi um ano de surpresas positivas para o setor. “A china teve um crescimento muito expressivo de vendas e, até a própria União Europeia, apesar da crise se manteve bem. O ano terminou bem, aumento de receita, aumento de volume”, avalia Turra.
Para 2012 o presidente da Ubabef afirma que há mercados a serem abertos, como é o caso da Malásia, Paquistão, Camboja e os embarques para a China também devem ser ampliados. No entanto, Turra deixa claro que as dificuldades existem e que o avicultor deve continuar cauteloso. “Temos a previsão de repetir o crescimento desse ano, mas vamos nos projetar de acordo com o andar das vendas; com certeza, não vamos decrescer.”
Quanto à crise na Europa, segundo principal mercado da ave brasileira, atrás apenas do Oriente Médio, Turra explica que não há chances do consumo apresentar crescimento, mas a demanda existe e tem se mantido natural. “O Brasil é competitivo, o consumidor europeu está feliz com o produto brasileiro que chega mais barato para ele.” Atualmente, o bloco europeu é responsável por 13% das vendas de frango no Brasil.
Em relação aos custos de produção, Turra confia em preços estáveis. “Hoje temos uma safra de milho e soja maior que a do ano passado. As commodities devem se manter nos mesmos preços no mercado internacional, sem disparada e nesse sentido o cenário é bom. O problema é dólar, pois não sabemos o que pode acontecer com ele.”
Para Turra, a palavra de ordem em 2012 é cautela. “Não podemos ter aumento ou diminuição no número de produção, mas mantendo a mesma produção de 2011 o produtor estará bem e o consumidor brasileiro terá um preço mais baixo por uma proteína essencial na alimentação." Ele avalia ainda que o consumo interno deva aumentar, pois a carne bovina é mais cara e mais escassa, mas nem por isso os preços devem subir mais, pois o mercado não irá sustentar grandes aumentos.