DA REDAÇÃO: USDA reporta dados altistas para a soja e traz sustentação aos preços

Publicado em 12/09/2012 13:42 e atualizado em 12/09/2012 17:00
USDA: Relatório divulgado hoje (12) mostra estoques finais para soja 12/13 abaixo dos números atuais, que já são inferiores ao ano passado. Dados são altistas para oleaginosa e trazem sustentação aos preços. América do Sul deve começar a ser foco do mercado em pouco tempo.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou nesta quarta-feira (12) o novo relatório de oferta e demanda da safra norte-americana. Segundo o analista de mercado, Carlos Cogo, o documento trouxe poucas alterações no conjunto dos números para soja, milho e trigo.

“Os cortes foram cirúrgicos na safra americana de milho, cresceu mais de 1,5 milhões de toneladas a quebra no milho, chegando a 103 milhões de toneladas. E a quebra da soja em relação à expectativa inicial que estava em 14 milhões sobe para 15,5 milhões de toneladas”, afirmou Cogo.

O analista sinaliza que, no caso da soja, mesmo com a previsão da super safra na América do Sul, os estoques finais de 2012/2013 para a oleaginosa ficarão abaixo dos números atuais, que já são inferiores aos de 2011. Com isso, o relatório é altista para a soja e traz sustentação para os preços no curto e longo prazo. 

“À medida que se entende que mesmo com uma safra normal, com clima normal e grande safra na América do Sul essa redução ocorrida na China e nos EUA dentro do ciclo 2012/2013 vai impactar em estoques mundiais que não irão se recompor, o que é bom para os produtores brasileiros”, explicou Cogo.

Já no caso do milho, o relatório foi neutro, o mercado acreditava que a safra norte-americana poderia ser reduzida para 250 milhões de toneladas. E hoje com cerca de 20% da área colhida, o USDA foi mais conservador e preferiu esperar o avanço da colheita para no relatório de outubro chegar a um número mais próximo da realidade, conforme falou o analista.

Ainda de acordo com Cogo, após o mercado digerir os números divulgados pelo departamento, a atenção será voltada para a safra sul-americana. “Já se comenta o eventual atraso no calendário de colheita no MT, o que também vai impactar a segunda safra de milho, e pode apertar ainda mais a situação de estoques na América do Sul até a entrada da safra brasileira 2012/2013”, falou.

Além disso, a expectativa é que o El Niño, no Brasil, seja de intensidade moderado, o que pode atrasar as chuvas no centro-oeste brasileiro. “E impactar nos contratos mais distantes da soja na Bolsa de Chicago. Temos que trabalhar de certa forma conservadora, pressupondo que esses grandes aumentos de áreas de 8% na Argentina de 10% no Brasil vão refletir em uma safra recorde pressupondo que não tenhamos quebras por problemas climáticos”, argumentou Cogo. 

Devido a esse quadro, os produtores brasileiros de soja, que ainda não realizaram vendas antecipadas, devem aproveitar as altas da oleaginosa para comercializar, uma vez que, os preços estão em níveis satisfatórios para os sojicultores. Já os produtores de milho, devem esperar mais alguns dias para avançar nas vendas antecipadas, pois o relatório para o cereal é de neutro a baixista.

“A situação no milho pouco diferente, temos que aguardar o desenrolar da colheita norte-americana, os preços estão estáveis, mas o mercado reagiu hoje de forma neutra e até olhando os números reportados hoje, são conservadores, aumentaram os estoques de passagem nos EUA, acomodaram um pouco a demanda de etanol, e diminuíram o volume para exportação de milho”, finalizou o analista.
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Por:
Rafhael Salomão/ Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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