DA REDAÇÃO: Produtores podem obter lucros com impurezas retiradas dos cereais
“Em uma propriedade que tenha 500 hectares de milho plantados, com uma produtividade de 10 toneladas por hectare, ele vai colher cerca de 5.000 toneladas de milho. Se ele tirar 2% na pré-limpeza, ele irá obter 100 toneladas, 100 toneladas se ele fizer um confinamento dar 4 quilos por cabeça por dia, ele via conseguir 25.000 refeições para o bovino, portanto, em 100 dias ele poderá alimentar 250 bois”, explicou Portas.
O engenheiro sinaliza que muitos produtores acreditam que essas impurezas não têm valor, mas o agricultor tem que saber o valor desse material. E para isso, precisa fazer uma análise bromatológica, para saber o que tem proteína, energia, fibras e vitaminas.
“Dependendo da espécie que ele for dar o alimento, o produtor também pode fazer uma análise aflatoxina, para saber se tem alguma toxina, que pode comprometer a alimentação. Mas, o importante é que ele dará valor para um produto que geralmente cobra para ser retirado do seu produto, quer dizer ele perde”, afirmou Portas.
Em decorrência desse cenário, os produtores podem se beneficiar de um produto que antes perdia e pagava para jogar fora. “Se conseguimos arrumar alimentos para 250 bois, eu significa que em torno de 50% da matéria seca desses bois podem vir desse material retirado na pré-limpeza, durante esses 100 dias se ganha no mínimo 90 kg ou 6 arrobas”, disse Portas.
Ainda de acordo com o engenheiro, com 16 arrobas a R$ 90,00 o produtor pode ter uma renda por boi de cerca de R$ 1.450,00, e multiplicado por 250 bois o agricultor poderá ter uma receita bruta de R$ 360 mil.
Já os agricultores que não tem bois, podem propor uma sociedade com o vizinho e repartir os lucros. “Então ao invés de ganhar 6 arrobas por boi ele ganha 3, e as outras 3 são do dono do boi. E 3 arrobas a R$ 90 reais é igual a R$ 270 reais por cabeça, uma receita de 67.500,00 que vai obter de uma matéria prima que antes ele ia perder ou pagar para jogar fora”, finalizou Portas.