DA REDAÇÃO: USDA divulga números de estoques trimestrais dos EUA acima do esperado pelo mercado e preços da soja recuam
Os números vieram acima da expectativa do mercado internacional de grãos, conforme destaca o analista de mercado da Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo. Logo após a divulgação do relatório as cotações futuras da soja exibiam expressiva queda na Bolsa de Chicago. “O contrato maio/13 do milho recuava 5%, enquanto, que o da oleaginosa registrava uma baixa de 2%”, afirma.
O departamento ainda divulgou que a área plantada com soja nos EUA deve atingir cerca 31,2 milhões de hectares. O número reportado é semelhante ao plantado em 2012, de 31,24 milhões de hectares. Para o milho, o USDA estima que sejam semeados 39,38 milhões de hectares em 2013, aumento de 6% em relação à área de 2012.
Na visão do analista, apesar de números parecidos com os do ano passado, a área da soja ainda não seria suficiente recompor os estoques do grão nos EUA. “No médio prazo, é um número neutro para a soja. No caso do milho, os números são baixistas, essa é a maior área plantada nos EUA e no caso de uma safra normal entre 360 e 370 milhões de toneladas haveria uma recomposição dos estoques de passagem no final de 2013/14 e nos estoques mundiais de passagem, o relatório é baixista para o milho”, explica Cogo.
No entanto, o analista destaca que o clima será fundamental para a confirmação da safra nos EUA. “A partir desse relatório passa a valer o mercado climático no país e só uma confirmação de produtividade normal poderia derrubar os preços na soja na faixa de US$ 12,50/bushel e no milho a queda pode ser maior, o contrato de dezembro pode chegar a US$ 5,00/bushel”, diz Cogo.
No curto prazo, até o final da safra norte-americana não há espaços para grandes recuos nos preços da soja, uma vez que os problemas de logística no Brasil ainda prejudicam o escoamento da safra brasileira e os estoques do grão nos EUA são ajustados, conforme relata o analista. Por outro lado, no longo prazo com uma safra normal no país as cotações podem apresentam uma queda maior.
Já no caso do milho, a tendência é baixista, e os compradores deverão ser mais agressivos visando à grande produção brasileira e a área recorde de plantio nos EUA. “Essa pressão baixista se acentua e não deve haver mais espaço para sustentação de preços no mercado físico de milho”, finaliza Cogo.