DA REDAÇÃO: Milho: Governo não anunciou medidas para o setor para recompor os estoques estatais

Publicado em 07/05/2013 13:29 e atualizado em 07/05/2013 16:44
Governo ainda não anunciou medidas para o setor para poder recompor os estoques estatais com milho adquirido a preços baixos. Nos EUA, a produção do cereal deve alcançar 370 milhões de toneladas. Tempo seco nas próximas semanas deve contribuir para avanço na semeadura do milho norte-americano.
Os futuros da soja, milho e trigo, negociados na Bolsa de Chicago operam do lado positivo da tabela. As cotações encontram sustentação no clima adverso que tem prejudicado o plantio nos Estados Unidos. Ontem (6), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que a semeadura do milho atingiu 12% da área projetada para o país.

Apesar desse cenário, o consultor de mercado da Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, sinaliza que a situação dos preços do cereal é delicada, especialmente no segundo semestre, com a super segunda safra de milho brasileira, de cerca de 40 milhões de toneladas, e a produção norte-americana. Na próxima sexta-feira (10), o USDA deve divulgar o relatório com novas estimativas para a safra dos EUA.

“A expectativa é que a produção de milho dos EUA fique na casa de 370 milhões de toneladas. E com as plantadeiras que os produtores utilizam que avançar o plantio em 30% em uma semana, a perspectiva é que até o domingo o plantio atinja entre 40 a 45% da área. Então, talvez reste 10% da área a ser semeada fora da janela ideal e o mercado climático irá atuar. Teremos momentos de volatilidade, mas o caminho é de uma produtividade normal”, afirma o consultor.

Por outro lado, as previsões climáticas indicam condições favoráveis ao plantio do cereal nos EUA nas próximas duas semanas. Frente a esse cenário, o consultor destaca que os produtores brasileiros devem estar atentos aos repiques de preços para poder comercializar a safrinha de milho. Oportunidade que já surgiu na semana passada, com os altos preços registrados em Chicago sustentados pelas notícias de atraso no plantio do milho norte-americano.

Em alguns estados brasileiros como, Goiás e Mato Grosso, houve um avanço nas negociações do milho safrinha, em função das cotações mais altas na CBOT. No entanto, essa semana os preços voltaram a cair e há propostas de compra da saca de milho R$ 8,00 no médio norte mato-grossense para entrega em agosto.

“Não existem vendedores a esse nível de preços, o Governo simplesmente está prorrogando um anúncio de sustentação das cotações, para provocar uma queda ainda maior nos preços para poder recompor os estoques estatais. A Aprosoja pede um apoio para 12 milhões de toneladas, mas nos bastidores, o que corre é que não vai passar de 7 milhões o apoio, e só uma parte será destinada a exportação a maior parte será destinada para recomposição dos estoques do Governo, o que não é suficiente para segurar os preços no país.”, explica Cogo.

Ainda na visão do consultor, essa “jogada” do Governo compromete a rentabilidade do produtor brasileiro e a longo prazo pode desestimular o plantio da cultura, quedas nas exportações e eventual alta de preços na próxima safra para os consumidores de carnes. “O governo deveria vir ao mercado imediatamente e anunciar o apoio ao escoamento da safra de milho”, destaca o consultor.

Em relação à oleaginosa, o consultor sinaliza que mesmo que os preços da commodity baixem para US$ 12,50/bushel, serão preços remunerados para os produtores, diferentemente do milho. “O pior preço na soja o produtor ainda terá lucratividade boa, e no pior preço do milho a lucratividade desaparece no cerrado brasileiro”, diz Cogo.

Já os preços do trigo, estão encontrando suporte no clima desfavorável ao desenvolvimento da safra dos Estados Unidos. “A Argentina deve plantar uma área maior, mas não será suficiente para atender o mercado brasileiro. No Brasil, a área deve apresentar um incremento de 10%, mas não será suficiente para pressionar o mercado, mas o produtor deve se preparar para um possível apoio do Governo para escoar parte da produção destinada à exportação, em torno de 2 milhões de toneladas na safra 2013/14”, finaliza o consultor.

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Por:
João Batista Olivi/ Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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