DA REDAÇÃO: Soja – Em sessão volátil, mercado foca clima nos EUA e reverte perdas
De acordo com o analista de mercado da Cerealpar, Steve Cachia, o mercado de commodities está sendo puxado pelos contratos referentes à safra velha dos EUA. A demanda segue aquecida no país, e a disponibilidade do produto no mercado norte-americano está cada vez mais limitada, conforme destaca o analista.
A tendência é que os preços futuros permaneçam elevados na CBOT, até que haja uma definição da safra dos EUA. “Deveremos ter nas próximas semanas bastante volatilidade, em função das previsões climáticas, e por mais que as condições sejam favoráveis ao plantio agora, estamos vendo alguns institutos de meteorologia indicando chuvas a partir do próximo dia 18 no Centro-Oeste do país, portanto, existe a possibilidade de voltar a ter problemas no ritmo da semeadura, o que deve deixar o mercado nervoso”, explica Cachia.
Paralelo a esse cenário, os preços mais baixos do milho safrinha preocupam os produtores brasileiros que comercializaram volume pequeno da produção. Porém, o mercado do milho ainda irá depender do clima, não só nos Estados Unidos, mas também no Brasil, já que, há risco de geada no Sul do país e existe a insuficiência hídrica no Centro-Oeste brasileiro, segundo o analista.
Mas caso o clima seja favorável ao desenvolvimento das safras de milho tanto no Hemisfério Norte quanto no Sul, a tendência é que as cotações fiquem pressionadas negativamente, devido ao aumento na oferta. Por outro lado, o ritmo lento nas negociações do cereal brasileiro, irá concentrar as vendas em um mesmo período.
“O que vai pressionar sazonalmente o mercado, e alguns produtores irão comercializar a preços mais baixos para pagar as contas, mas outros com pouco mais de liquidez vão poder especular mais em relação ao clima, ou esperar um programa do Governo para ajudar a segurar os preços”, ressalta Cachia.
Além disso, no MT o déficit de armazenagem é de 35%, fator que deve fazer com que parte da produção fique a céu aberto, variável que também deve exercer pressão negativa sobre o mercado do milho. “É uma situação antiga que ainda não foi resolvida, o Brasil pode exportar mais, mas não está conseguindo devido à preferência pela soja nos portos, e talvez no segundo semestre quanto os portos estiverem mais folgados a demanda pode migrar para os EUA, e com isso, atrapalhar a comercialização no mercado de milho”, alerta Cachia.