DA REDAÇÃO: Redução de imposto para importação de feijão não é bem vista por produtores

Publicado em 25/06/2013 13:16 e atualizado em 25/06/2013 16:21
Feijão: Importações de feijão podem causar momento crítico de decisão de plantio aos pequenos produtores no início da nova safra. Nesta época do ano, apenas regiões com irrigação produzem mais. No noroeste de MG e no DF há o problema do vazio sanitário. Solução seria preço mínimo suficiente para que produtor não migre para outra cultura.

O Governo Federal reduziu de 10% para 0% o imposto de importação do feijão. A medida visa facilitar a compra do produto de outros países, já que a primeira safra o grão sofreu uma queda de 5,7% em função da seca na Bahia (BA) e do ataque de mosca branca em Minas Gerais (MG), Goiás (GO) e Distrito Federal (DF). Com essa medida o país deve adquirir cerca de 500 mil toneladas de feijão da China e dos EUA.

De acordo com o Ministro da Agricultura, Antônio Andrade, a safra será restabelecida a partir do plantio que se inicia em novembro, a partir daí o preço do feijão não deve subir mais porque a oferta será maior do que a procura.

No entanto, a medida do governo não foi bem vista pelos produtores, que alegam que o feijão será uma cultura de risco. “Essa medida vai sinalizar para o produtor não plantar porque os preços em janeiro e fevereiro estarão baixos”, afirma Eduardo Medeiros, Presidente do Sindicato Rural de Castro (PR).

Por outro lado, o analista de mercado, Marcelo Lüders, diz que a decisão o governo veio em boa hora e vai ajudar o produtor: “Essa medida é muito mais para mostrar que o governo está buscando fazer todo o possível para aumentar a disponibilidade de feijão no Brasil. O maior estímulo para o produtor é o preço que está sendo praticado agora e as perspectivas para o ano que vem. À medida que o produtor tem ciência de que o imposto a 0% para importação do feijão acaba no dia 30 de novembro, no dia 1 de dezembro o feijão colhido não terá nenhuma competição com o feijão importado, então o agricultor ficará mais tranquilo”.

Na próxima quinta-feira (27) o Ministro da Agricultura irá se reunir com os Secretários de Agricultura de GO, MG e DF para decidir o que será feito em relação ao vazio sanitário. Antônio Andrade acredita que o vazio deve ocorrer para todos e não apenas em duas regiões específicas.

Segundo o Coordenador da Assessoria Técnica da FAEMG, Pierre Vilela, para se falar da produção de feijão no Brasil daqui para frente é preciso resolver o problema do vazio sanitário em MG e no DF e também o risco de importação porque o feijão importado vai chegar ao país exatamente em um momento de decisão de plantio da próxima safra: “Esse momento de decisão de plantio pode ajudar o governo, teoricamente, a conter a inflação em curto prazo, mas pode provocar uma segunda inflação de feijão no verão do próximo ano. Essa medida tem que ser repensada para não só adiar o problema”.

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Por:
João Batista Olivi e Paula Rocha
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • João Alves da Fonseca Paracatu - MG

    João batista ,parabéns pela sua visão , mesmo não sendo um especialista, o senhor percebeu que esta medida só prejudica o produtor ,os especuladores e atravessadores estão soltando foguetes,vão ganhar rios de dinheiro ,não vai haver baixa para o consumidor e o governo ainda banca tudo isto, pior ,esta mercadoria ,se for trazida agora é de péssima qualidade e no final vai virar cesta básica ,bancada pelos programas sociais do governo a um custo exorbitante, prejudicando em dobro quem produz,está escrito,tomara que não paguem pra ver...

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