DA REDAÇÃO: Lei dos motoristas está em vigor há um ano, mas muitos caminhoneiros a desconhecem
A lei dos motoristas, que estabelece horários para descanso, existe há mais de um ano, mas muitos caminhoneiros desconhecem a norma e admitem que não conseguem cumprir o que determina a lei. Parar a cada 4 horas pode se tonar perigoso porque nem sempre se encontra um local seguro.
O caminhoneiro autônomo, João Cadison, tem 26 anos de experiência e relata a falta de lugares seguros no trajeto de Brasília (DF) a Salvador (BA), de onde ele traz mármore e leva batatas: “Até a Bahia existem 3 trechos nos quais não da para descansar por falta de estrutura”.
O Deputado Federal, Valdir Colatto (PMDB/SC), é relator de uma proposta que pretende alterar a lei dos motoristas, aumentando de 4 para 6 horas o tempo máximo ao volante sem descanso e afirma que há estatísticas de um aumento de 18% no roubo de cargas após a lei porque os caminhoneiros não conseguem parar em um lugar seguro: “Acredito que essa proposta seja a grande saída porque favorece as empresas de transporte, os motoristas autônomos, que terão condições de ter mais produtividade, e ainda diminui o custo do frete para o consumidor.
No entanto, o governo não quer mudanças na lei. O Deputado Federal, Hugo Leal (PSC/RJ), diz que 6 horas consecutivas ao volante representa um risco maior de acidentes: “Para mim, carga viva e carga perecível é só aquela que está atrás do volante, é com o ser humano que eu me preocupo e o demais tem que ser adaptado”.
Para a Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas (Fenatac), é importante que os motoristas tenham o mesmo tratamento. O Presidente da Fenatac, José Hélio Fernandes, diz que a Federação entende que o objetivo da lei é propiciar um descanso maior aos motoristas, quer seja ele autônomo ou registrado, porque ambos têm a mesma condição física.