DA REDAÇÃO: MT: Preços do milho já apresentam desvalorização de 53% frente ao registrado no mesmo período de 2012
A colheita do milho safrinha alcançou 75% da área estimada para o estado do Mato Grosso, as informações são do novo relatório divulgado pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). Até o momento já foram retirados das lavouras cerca de 14,4 milhões de toneladas. E a produtividade média das lavouras é de 101 sacas por hectare.
Apesar dos bons resultados, os produtores mato-grossenses estão preocupados com o déficit de armazenagem no estado, problema que já prolonga durante os anos. Esse cenário tem comprometido a rentabilidade dos agricultores, que já negociam a saca do milho, em algumas regiões, a R$ 10,33, uma desvalorização de 53% frente ao valor registrado no mesmo período do ano passado, de R$ 22,00 a saca.
Para o analista de grãos do Imea, Ângelo Luis Ozelame, em vários municípios o milho já está estocado a céu aberto e com a finalização da colheita a situação tende a ser agravar. “Porém, os produtores são eficientes e conseguiram amenizar a situação com os silos bolsas, é uma solução momentânea. Temos capacidade para armazenar em torno de 2,4 milhões de toneladas em silos bolsas, mas ainda assim não é suficiente para estocar toda a produção do estado”, explica.
Em contrapartida, a região Nordeste do país precisa adquirir milho e os preços estão elevados. No entanto, os custos logísticos acabam inviabilizando o transporte do milho mato-grossense para outras regiões do Brasil e até mesmo para a exportação, conforme destaca o analista.
“O produtor de MT é penalizado por ser eficiente na hora de produzir e a logística brasileira não acompanha o crescimento da produção no estado. E o milho a céu aberto pode apresentar perdas na qualidade”, afirma Ozelame.
Diante desse cenário, a comercialização do milho safrinha segue em ritmo lento no estado. O analista ainda sinaliza que o agricultor tem negociado conforme os leilões do Governo. “Já tivemos a comercialização de 2,08 milhões de toneladas em contratos de opção e 1,9 milhões de toneladas em Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor)”, diz.