DA REDAÇÃO: Governo precisa discutir medidas estruturantes para a cafeicultura, diz Presidente da Comissão de Café da Faep
O Paraná (PR) tem o maior custo de produção para o café do país devido à mão de obra e ainda falta mecanização nas lavouras. O piso salarial do estado é 30% acima do salário mínimo nacional, o que equivale a R$ 882,59. Além disso, as geadas no último mês afetaram 70% dos cafezais do estado.
“Dados preliminares nos levam a uma perda de safra para o próximo ano em torno de 800 mil sacas, sendo que o Paraná produz cerca de 1,5 milhões de sacas. Quando há uma produtividade mais baixa, mesmo nas lavouras que foram menos afetadas, o custo final de colheita é ainda maior, o que inviabiliza a colheita do ano seguinte em muitas áreas com baixa produtividade”, afirma o Presidente da Comissão Estadual de Café da Faep, Walter Ferreira Lima.
Segundo Walter, as medidas para a cafeicultura anunciadas pelo governo nesta quarta-feira (7) deveriam ter sido anunciadas em maio: “O patamar de preços vai aumentar agora, mas muitos produtores já venderam café, principalmente os pequenos, que precisam vender para pagar a colheita”.
O governo anunciou créditos para os cafeicultores e também uma sinalização de mercado do valor da saca acima de R$ 340,00. No entanto, o custo de produção no Paraná é acima de R$ 400,00 e em regiões montanhosas do país, como em Minas Gerais (MG), os custos são mais de R$ 380,00.
Walter afirma que o governo tem que repensar e passar a discutir medidas estruturantes para o setor: “Os cafeicultores têm que se unir, mas também precisa haver receptividade do governo com ações para melhorar o desenvolvimento do setor agrícola no país”.