DA REDAÇÃO: Grãos - Após números do USDA, mercado avança na Bolsa de Chicago
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou, nesta segunda-feira (12), novo relatório de oferta e demanda norte-americana e mundial. O órgão reportou uma redução de 4,5 milhões de toneladas para a produção da safra nova de soja dos Estados Unidos. A produção norte-americana foi estimada em 88,59 milhões de toneladas, contra 93,08 milhões de toneladas em julho.
Os estoques finais dos EUA também foram revisados para baixo e passaram de 8,03 milhões de toneladas para 5,99 milhões de toneladas. O departamento ainda reduziu a projeção da produtividade de 50,45 sacas por hectare para 48,3 sacas por hectare.
No caso do milho, o USDA apontou uma diminuição na estimativa da safra norte-americana de 354,35 milhões de toneladas para 349,6 milhões de toneladas. Uma diferença de cerca de 6 milhões de toneladas. A produtividade do cereal foi projetada em 163,42 sacas por hectare. No relatório anterior, o número era de 165,65 sacas por hectare.
Por outro lado, os estoques finais de milho norte-americanos recuaram de 49,76 milhões de toneladas para 46,66 milhões de toneladas. Logo após a divulgação dos números do USDA, as cotações futuras negociadas na Bolsa de Chicago iniciaram um movimento de alta.
As principais posições da soja encerraram o pregão regular desta segunda-feira com altas expressivas. O vencimento agosto/13 encerrou o dia cotado a US$ 13,73/bushel com 33 pontos de ganhos, enquanto que o contrato novembro/13 fechou cotado a US$ 12,25/bushel com 43 pontos de alta.
Do mesmo modo, as cotações futuras do milho fecharam a sessão do lado positivo da tabela, com altas entre 6,25 e 10,75 pontos. No trigo, as altas foram menores entre 1,50 e 3,50 pontos nas principais posições.
Segundo o consultor associado da Safras & Mercado, Flávio França, os dados surpreenderam o mercado, já que era esperado números maiores do que os divulgados. Além disso, o consultor destaca que esse é o primeiro relatório com números de área, produção e rendimento.
“Antes eram estimativas, agora temos números de campo. O clima nos EUA não está ruim, mas algumas importantes regiões produtoras apresentam clima irregular, com falta de chuvas. No entanto, as previsões climáticas indicam chuvas para as próximas semanas. E as revisões nos números da safra muda o contexto do mercado, não haverá uma inversão do quadro de preços, o que muda é o patamar”, explica França.
Frente a esse cenário, o consultor destaca que os produtores brasileiros devem aproveitar momentos de repiques nos preços para negociar a safra. A expectativa, de acordo, com o consultor, é que essa valorização nas cotações futuras possa refletir no mercado interno brasileiro.
“Os preços não devem retornar ao patamar de US$ 15/bushel na soja, em função da grande safra norte-americana e também no provável aumento de área cultivada na América do Sul, na próxima safra”, acredita o consultor.
Trigo – Para o trigo, o USDA também apontou uma diminuição nos estoques finais norte-americanos, que passaram de 15,68 milhões de tonelada para 15 milhões de toneladas. “O departamento deu uma apertada nos estoques de soja, milho e trigo nos EUA, o suporte de hoje é coletivo de todo o mercado. O produtor deve ficar atento, pois pode dar uma repercussão nos preços domésticos nos próximos dias”, finaliza França.