DA REDAÇÃO: Soja encerra pregão eletrônico da Bolsa de Chicago com leves baixas
Nesta sexta-feira (16), a soja encerrou o pregão eletrônico da Bolsa de Chicago com leves baixas, com o mercado tentando realizar lucros após as altas dos últimos dias.
“O mercado subiu bastante e é natural que dê uma respirada no sentido oposto. Além disso, hoje é sexta-feira e geralmente os participantes optam por uma posição mais zerada, com isso pode haver algum movimento em termos de realizações de lucros”, afirma Nicole Brum, analista da Agrinvest.
O mercado estava baixista em termos de fundamentos e fundos e as previsões climáticas desta semana contrariam a expectativa dos participantes. O clima mais seco em um período crucial para as lavouras de soja surpreendeu o mercado e os fundos, que até então tinham posições compradas na soja e venderam na última semana, isso fez com que eles cobrissem as suas posições e por isso ocorreu um rally maior do que o esperado. Esse rally começou com o relatório do USDA, divulgado na última segunda-feira (12), em que o Departamento de Agricultura dos EUA reduziu a estimativa de produtividade para as lavouras do país, abaixo do que o mercado esperava.
No entanto, Nicole diz que o USDA usou a média dos últimos 5 anos para essa estimativa de produtividade, o que inclui a média do ano passado, que foi muito ruim, e acaba destorcendo os dados: “O mercado tem que prestar atenção, uma vez que mesmo se houver uma perda de produtividade em função de um clima mais adverso nesta semana e na próxima, talvez a produtividade não seja menor do que o USDA havia estimado, podendo ser igual ou até melhor, já que o Departamento trabalhou com uma média”.
Com a expectativa de clima adverso, o mercado é altista, o que proporciona um bom momento para os produtores brasileiros travarem vendas. Além disso, unido as cotações em Chicago, o dólar também está em alta, beneficiando os produtores, que podem tentar garantir as vendas de cerca de 30% da safra nova. O mercado tem um gatilho para subir mais um pouco nesse momento, no entanto Nicole não acredita que os preços chegarão aos US$ 13,00/bushel, uma vez que o mercado trabalha com essa média dos últimos 5 anos. Quando a safra norte-americana entrar, os preços também deverão ser pressionados.
Milho: O dólar deve ajudar o milho brasileiro na exportação, uma vez que ele ganha competitividade em relação ao milho dos EUA. Nicole afirma que pode haver uma recuperação dos preços do milho no mercado externo devido à relação milho e soja, apesar do cenário e os fundamentos não indicarem isso, pode ocorrer um avanço nos preços do milho a em relação ao avanço dos preços da soja, o que pode favorecer o mercado exportador de milho no Brasil.