DA REDAÇÃO: Suiá-Missú – Focos de incêndios consomem 18% da área no MT
De acordo com o levantamento do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em torno de 18% da gleba Suiá-Missú (MT) foram consumidos por 120 focos de incêndios. O percentual corresponde a 30 mil hectares dos 165 mil hectares que correspondem à área.
A área que foi alvo de disputa entre indígenas e produtores rurais, atualmente pertence aos índios Xavantes. Em dezembro do ano passado, os agricultores junto com as suas famílias foram expulsos da gleba, após uma decisão judicial.
Segundo o presidente da Associação dos produtores rurais da Área Suiá-Missú, Naves José Bispo, os focos de incêndios seria de responsabilidade dos indígenas, já que utilizam a prática do círculo de fogo para a caçada. Além disso, os ex-moradores não têm acesso à área.
“A Funai através dos seus representantes conduz toda essa propaganda governamental no intuito de denegrir a imagem dos produtores. Os trabalhadores brasileiros estão sendo humilhados. E os únicos brancos que estão na área são os integrantes da Polícia Federal, que monitora a gleba e justificar a fraude e o absurdo da expropriação”, afirma Bispo.
Por outro lado, o cacique Damião Xavante diz que o fogo é criminoso e que não há dúvidas de que é de autoria das pessoas que foram retiradas da área. Já o Governo Federal afirmou que não irá permitir que os antigos moradores retornem ao local, já que a gleba é uma área indígena consolidada.
Enquanto isso, os produtores que foram expulsos da área estão em comunidades nos municípios de Alto Boa Vista, Confresa, Porto Alegre do Norte e Bom Jesus (MT). “Tem pessoas até em Goiânia, diante da fome, miséria, falta de assistência governamental saem em debandada, as pessoas não podem morrer de fome. Estamos tentando manter o mínimo de mobilização, pois a ideia é desmobilizar o povo e destruir o resto de patrimônio que ali ficou”, ressalta o presidente.
Até o momento, as famílias retiradas do local não foram assentadas.