DA REDAÇÃO: Soja encerra em baixa na CBOT, com realização de lucros e novas informações sobre clima nos EUA
Nesta terça-feira (27), a soja e o milho encerraram com cotações em baixa na Bolsa de Chicago. Isso está relacionado a uma realização de lucros por parte de operadores e fundos após 2 dias de altas expressivas.Os fundamentos também ajudaram nessa realização de lucros, com a atualização dos mapas climáticos nos EUA, que mostraram uma leve melhora no tempo, com possibilidade de chuvas e temperaturas mais amenas em algumas regiões que precisam. No entanto, apenas essa mudança no clima não resolve o problema das lavouras, principalmente as de soja.
De acordo com o consultor de mercado, Glauco Monte, como a soja foi plantada com atraso, a seca em algumas regiões dos EUA pode deteriorar as lavouras e diminuir os rendimentos: “Se esta semana chover pode aliviar a situação e ocorrer mais realizações de lucro, porém, por enquanto o mercado faz apenas especulações em função da melhora do mapa climático norte-americano e também da tomada de lucro”.
Essa volatilidade no mercado deve continuar enquanto a safra de soja dos EUA não estiver consolidada. Glauco diz que se a estimativa de rendimento do USDA ,de 48,75 sacas por hectare, for confirmada, o que é difícil frente ao que ocorreu nas duas últimas semanas, a soja teria, pelo menos, 1 dólar por bushel para descontar do preço atual no vencimento novembro. Por outro lado, caso a previsão do USDA não esteja correta e o rendimento da safra seja menor, os preços irão trabalhar no patamar atual, podendo subir mais a frente.
“Se a seca e as temperaturas altas continuarem nessa fase de desenvolvimento da soja, que é um período crítico, a produtividade da safra pode ser prejudicada. Porém, o número final ainda é uma incógnita, mas eu acredito em um rendimento entre 47,62 sacas por hectare e 48,75 sacas por hectare”, afirma Glauco.
O consultor de mercado diz que o produtor que já vendeu parte da sua safra e garantiu o custo de produção, pode esperar mais essa semana para acompanhar a safra norte-americana, sabendo que o mercado poderá ter uma grande volatilidade, tanto para cima quanto para baixo. Por outro lado, Glauco aconselha ao produtor que ainda fez poucas vendas, que aproveite as altas de preço do mercado climático e também o dólar.
Milho: As cotações do grão subiram muito em relação às altas da soja, já que pela produção do Brasil e pela safra que irá se consolidar na Europa, a situação do milho nos EUA é mais confortável do que a da soja porque, mesmo com perdas de rendimento, os estoques ainda ficarão acima do ano passado.