DA REDAÇÃO: Café - Agricultores familiares podem participar do mercado internacional por meio da certificação Fair Trade
A agricultura familiar dentro da cafeicultura representa 38%, com uma produção de 18 milhões de sacas de café vindas de 196 mil propriedades em todo o país. No entanto, poucos agricultores familiares conseguem apoio para entrar no mercado especial.
Em Belo Horizonte (MG), no evento da Semana Internacional do Café há um stand de 9 cooperativas e 1 associação, que foram selecionadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para participar do evento e realizar negociações, abrindo uma vitrine para o mercado internacional.
Os agricultores familiares podem entrar nesse mercado por meio da certificação do Fair Trade, que é o mercado justo, o qual neste ano está pagando 20% a mais pela saca de café. Porém, no Brasil ainda existem apenas 29 cooperativas que participam desses pacotes do MDA.
De acordo com o Presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo/MG (COOPFAM), Clemilson José Pereira, graças à organização dos produtores, eles conseguiram a certificação do Fair Trade e também a certificação orgânica para cerca de um terço dos agricultores: “É um momento de crise em que nós conseguimos vencer as dificuldades e fazer com que as famílias continuem vivendo no campo e não migrem para a cidade”.
Atualmente os produtores recebem em média R$ 330,00 por saca do café Fair Trade e cerca de R$ 550,00 por saca do café Fair Trade orgânico. Esse café é exportado para o Japão, EUA e Europa e, por ser um nicho bastante específico, a burocracia para entrar dentro esses pacotes do MDA é um desafio, com isso, segundo Pereira, a união dos produtores é muito importante.
O café da COOPFAM tem uma história de organização de quase 30 anos e por isso foi escolhido pelo MDA para estar presente na rota turística da Copa do Mundo. Pereira afirma que isso se deve ao trabalho que a Cooperativa vem realizando junto às famílias, enfrentando as burocracias e conseguindo se profissionalizar.