DA REDAÇÃO: Com condições climáticas favoráveis para a próxima semana nos EUA, soja volta a cair na CBOT
Nesta sexta-feira (4), após 2 sessões de alta, a soja fechou o pregão eletrônico da Bolsa de Chicago em queda, enquanto o milho encerrou com uma leve valorização.
Os EUA está realizando a colheita da soja e esta semana havia algum risco de geada na parte norte do Meio-Oeste americano, com chuvas em algumas regiões, o que refletiu em um movimento de alta devido a paralisação da colheita e uma condição de menor entrada de soja no mercado físico norte-americano.
Porém, as previsões climáticas para a próxima semana melhoraram e a colheita deve voltar com força, principalmente a da soja, já que nesse momento problemas com o clima podem prejudicar a cultura. Por outro lado, a safra de milho norte-americana já está 12% colhida e a entrada mais lenta do grão no mercado físico dos EUA segura os preços na Bolsa de Chicago até que o ritmo da colheita avance.
Com a paralisação do governo norte-americano, desde a última quarta-feira (2) a maioria dos relatórios do USDA não foram divulgados, o que gera dúvidas se o Departamento de Agricultura dos EUA irá ou não divulgar o relatório de colheita na próxima segunda-feira (7) e o relatório de oferta e demanda no dia 11 de outubro, mas, possivelmente, isso será protelado até que a situação do governo norte-americano seja solucionada ou amenizada. Com isso, segundo o analista de mercado, Paulo Molinari, o mercado irá precificar o que tem, que são níveis de produtividade acima do esperado na soja colhida até o momento: “Praticamente todas as empresas privadas vêm aumentando as suas estimativas de produção, o que confirma uma safra recorde para os EUA e a chance de haver algum salto nos preços devido ao relatório de outubro são mínimas”.
No entanto, os preços baixos sempre irão estimular um pouco mais a demanda, o problema é que a demanda não possui a mesma velocidade da oferta e demora a se recuperar, sendo que os atuais níveis de preços, tanto para a soja, quanto para o milho, não são baixos e, para essa demanda realmente ressurgir, as cotações precisam manter patamares baixos, ou seja, nesse momento a demanda não conseguirá sustentar os preços em patamares altos.
Para o produtor brasileiro, ainda há o fim deste ano e também o próximo ano para comercializar a safra nova. Molinari afirma que os preços atuais são ótimos e é importante sair bem vendido para 2014. Para a safra velha, faltam argumentos para que os preços subam mais no mercado interno, uma vez que os prêmios já estão altos em relação ao mercado internacional. De acordo com Molinari, até janeiro pode ocorrer algum aperto de oferta regional, o que pode trazer preços satisfatórios, mas para os preços realmente voltarem a subir é preciso que ocorra algum grave problema na safra sul-americana nos próximos 3 a 4 meses, justificando uma retenção de soja da safra velha.