ENTREVISTA: Antropólogo destaca gravidade da questão indígena e critica demarcações da Funai
Em entrevista para a segunda edição do Mercado & Cia., do Canal Rural, o antropólogo Edward Luz apontou que o Brasil ainda não se deu conta da gravidade que é a legislação indígena no Brasil.
O antropólogo discorda das visões dos antropólogos da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e não acredita em "ocupação memorial" e nem em "marco temporal". Para ele, assumir os laudos das demarcações recentes seria assumir que "o estado brasileiro é ilegal". "Basta um índio ou uma pessoa que se diz indígena requisitar o território como tradicional que os antropólogos carimbam e dão legitimidade a isso", afirma. "Hoje em dia, até Copacabana, Ipanema ou até o Congresso Nacional podem virar terras indígenas. Basta que o antropólogo carimbe".
De acordo com Luz, o caso de Raposa Serra do Sol mostra que os laudos escusos podem enganar até o Supremo Tribunal Federal. Ele lembra que há mais de 20 erros graves apresentados no laudo da antropóloga responsável. As mesmas condições se mostram presentes em territórios como a gleba Suiá-Missu.
"Um ponto que a antropologia não diz é que os índios também são colonos. Não existem direitos originários porque eles não foram os primeiros a chegar no Brasil", defende o antropólogo.