DA REDAÇÃO: Alta da demanda não se reflete no preço da laranja em São Paulo
Apesar das expectativas de alta no preço da laranja em virtude da demanda de mercado aquecida e da menor produção devido à redução do número total de pomares, da presença do HLB (greening)e da diminuição da safra nos Estados Unidos, os produtores continuam pagando um valor baixo pela caixa da fruta no interior do estado de São Paulo.
Segundo Renato Fernando Carlini, presidente da Associação dos Produtores de Laranja de Artur Nogueira, os custos de produção do produto giram em torno de R$ 15 por pé e o valor pago pelas empresas no mercado no momento fica entre R$ 6 a R$ 8. “Isso veio como uma ducha de água fria, pois todo mundo esperava um preço melhor este ano”, falou Carlini.
O presidente lembrou que a laranja de mercado durante a entressafra chegou a atingir R$ 30 a caixa. No entanto, com a entrada da laranja doce, o preço despencou. Devido ao clima frio, o consumo da laranja de mesa diminuiu e a indústria vem segurando os preços de compra, causando preocupação ao produtor.
Segundo Carlini, as três indústrias que controlam o mercado estariam esperando “amadurecer bem a laranja para começar a cair no chão e desesperar o produtor”. Ele criticou a manipulação de preços promovida pelas empresas que não deixam o preço aumentar. “Eu achava que neste ano com todas essas notícias favoráveis ao produtor iria ser diferente, mas está muito difícil. Já começou o ano assim, o que nos deixa com um pé atrás. A demanda está aquecida, mas a matéria-prima não está sendo paga pelo valor que o produtor espera para ter o lucro”, disse ele.