DA REDAÇÃO: Cotações dos grãos têm mais um dia de quedas no mercado internacional
As cotações dos grãos na CBOT (Bolsa de Valores de Chicago) têm mais um dia negativo. Desde segunda-feira (30), com o anúncio do relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) - que revelou a ampliação das áreas de cultivo da soja e estoques maiores que os esperados pelo mercado – o produto vem apresentando quedas. As cotações para julho/14 caíram abaixo dos US$ 14 por buschel, ficando a US$ 13,92, nesta quarta-feira (2). O novembro/14 fechou a US$ 11,41 por buschel, perdendo 6,5 pontos.
Segundo o analista Stefan Tomkiw, o mercado ainda se encontra na “ressaca” da divulgação do relatório do departamento norte-americano. “Esses dados mantêm uma expectativa baixista para o mercado americano”, disse Tomkiw. “O mercado também vem sentindo uma queda vendedora pelas perspectivas climáticas nos Estados Unidos, que estão demonstrando uma situação bem favorável para o desenvolvimento das lavouras por aqui”, completou.
Com as perspectivas do relatório divulgado na segunda-feira, o mercado vem apresentando preços mais baixos e mostrando que a realidade está um pouco diferente do que se era mostrado nos últimos dois meses.
Sobre a pressão nos vencimentos curtos, especialmente no julho/14 que ainda está no período de entrega, é o reflexo da preocupação que o mercado vinha tendo com os estoques nos Estados Unidos. “Antes da divulgação do relatório, o mercado tinha um receio de que a disponibilidade de soja não teriam um volume confortável para atender até a demanda do ano safra. Mas a divulgação do relatório oficializou um nível de estoque maior do que o mercado imaginava”, analisou Tomkiw.
Além disso, acontecem nos Estados Unidos algumas discussões com a possibilidade de que o USDA tenha subestimado o tamanho da safra. “Essa pressão vendedora dos meses curtos é simplesmente pela retirada da sustentação por receio de falta de soja. Então, como estamos com essa disponibilidade melhor, o mercado perde essa sustentação naturalmente”, explicou.
Caso essa estimativa de mercado de que a safra foi subestimada se confirme, isso deve trazer um pouco mais de pressão. Essa expectativa do USDA superestimar ou subestimar a safra realmente ocorre, na opinião do analista. “A única coisa é que neste ano o tamanho desse ajuste é que está surpreendendo”, disse Tomkiw.
Já, no Brasil os prêmios que estão sendo pagos no porto de Paranaguá estão altos, indicando que as demandas continuam aquecidas.