DA REDAÇÃO: produtor de café de Manhuaçu/MG registra quebra de 43%
Em entrevista ao apresentador do Mercado & Cia João Batista Olivi, o produtor de Manhuaçu/MG, Maurício Oliveira, lamenta a quebra de 43% de sua produção.
Diante desse cenário nacional, outro aspecto totalmente preocupante toma o mercado mundial nesta quinta-feira (10). As cotações do café arábica na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US) estão despencando e chegaram a anotar queda de 990 pontos no vencimento setembro. Essa situação deveria ser exatamente inversa se a produção brasileira vem se confirmando menor do que a esperada.
Por isso, Maurício avalia que a situação é realmente lastimável em todos os sentidos. “Nós fizemos programa de nutrição na lavoura, mas estamos praticamente seis meses sem chuva, exceto algumas raras pancadas em abril. O engenheiro agrônomo que avaliou minha plantação no início do ano deu ideia de quebra de 20%, mas agora estou confirmando mais que o dobro”. Com esse panorama e já com dívidas da safra anterior por conta das baixas cotações, o produtor não tem como quitar os débitos com o governo. “Eu estou na eminência de ter que dispensar os meus seis funcionários, porque não aguento dois anos de prejuízo, inclusive, não terei como honrar minhas dívidas com o Banco do Brasil, me tornarei um inadimplente”, concluiu ele.
Mesmo assim, Maurício tentou quitar os débitos, utilizando a estratégia de colher e vender, porém as cotações não favoreceram. “Para colher eu tive um custo de cerca de R$ 212,00 por saca e vendi o café rio a R$245,00”.
A pouco para o final da colheita, alguns órgãos, como Conab – Companhia Nacional de Abastecimento – já indicam perda na safra nacional em cerca de 30%.