DA REDAÇÃO: Soja guaxa prolifera nas estradas em Mato Grosso

Publicado em 21/07/2014 13:26 e atualizado em 22/07/2014 09:27
Soja: Esporos da ferrugem estão espalhadas pelas rodovias do centro-oeste. Germinação das plantas guaxas ao lado das pistas é que mantém a ameaça da doença nas lavouras para o próximo verão. Desperdício de grãos nas estradas aumenta a cada safra.

Os grãos que caem durante o transporte nas estradas em Mato Grosso estão causando grandes prejuízos com a proliferação de pragas. O coordenador de Defesa Vegetal do MAPA (Ministério da Agricultura) em Mato Grosso, Wanderlei Dias Guerra, explica que com o grande volume de chuvas no período de entressafra esses grãos germinaram na beira das estradas e agora há plantas guaxas de soja espalhadas por todo o estado. Essas plantas mantém a proliferação da ferrugem asiática, praga que ameaça o cultivo em diversas regiões do país.

Segundo Wanderlei, pesquisas realizadas em parceria com o Mapa demonstraram que a ferrugem asiática pode sobreviver até 40 dias na planta seca. Com apenas 50 dias para o início do plantio de soja, o prazo é curto para destruir as plantas. Os custos de produção também tende a aumentar com a proliferação dessas pragas, visto que os produtores terão de aumentar o número de aplicações de herbicidas na lavoura.

 Atualmente, a única forma de combate é uma medida normativa em que cada produtor é responsável por eliminar as plantas que ficam em frente de suas propriedades. O problema é que em muitos locais as propriedades não possuem cultivo de soja ou pertencem ao governo, não havendo quem elimine. Wanderlei explica que a intenção é chegar a um acordo com a Aprosoja Brasil para que eles se tornem responsáveis pela destruição destas plantas, seguindo o exemplo do Instituto Matogrossense de Algodão (IMA), que elimina as plantas de algodão que possuem incidência de bicudo.

Muitas empresas que realizam o transporte possuem uma atenção maior na hora de vedar o caminhão para evitar que os grãos caiam na estrada, considerando que as perdas podem chegar a 20%. Mesmo com este cuidado, a situação das estradas é o grande vilão do problema, tornando uma questão de responsabilidade das autoridades.

Além disso, o coordenador explica que pragas com grande impacto, como é o caso da ferrugem asiática, trazem consequências sociais muito intensas. Como aconteceu com o município de Primavera do Leste, em 2005, quando foi considerada a capital da ferrugem asiática. Com a grande proliferação, o comércio sofreu perdas pela falta de consumo, inclusive aumentando o índice de criminalidade.

Algodão

A proliferação do bicudo, praga presente na cultura do algodão, está preocupando os produtores do estado. Wanderlei explica que os agricultores pediram o aumento do prazo para destruição da soqueira. Caso os restos das lavouras não sejam erradicados de forma correta, a praga poderá sobreviver e a praga pode proliferar precocemente na próxima safra. 

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Por:
João Batista Olivi // Sandy Quintans
Fonte:
Notícias Agrícolas

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3 comentários

  • Wanderlei Dias Guerra Cuiabá - MT

    Senhores, todos os comentários são pertinentes, nos ajudam a pensar em novas formas de enfrentar o problema. De fato o Sr. Dalzir tem razão, as guaxas das rodovias (na frente da propriedade) apesar de estar na legislação que é responsabilidade do produtor, ele não tem culpa. O espírito da lei é que, "vendo" o problema, sugere que o produtor faça, pois ele seria o beneficiado. Correto Sr. Rogério, as concessionários ou DNIT deveriam fazer isto, mas os caminhões não podem continuar espalhando grãos pelas rodovias... Vamos juntar nossas forças para o bem comum, assim tenho agido em minha vida profissional! Abraço.

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  • Rogério Lima do Valle Mococa - SP

    Senhores , vamos deixar a troca de farpas para lá e resolver o problema .

    Dentro da propriedade , o produtor deve eliminar a soqueira / guaxas .

    Fora da propriedade , vias , estradas , a responsável pela concessão deve realizar a eliminacão , ou serão responsabilizadas por não manter as vias , estradas limpas . Em São Paulo , as concessioárias fazem este trabalho .

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  • Wanderlei Dias Guerra Cuiabá - MT

    Sr. Dalzir, boa tarde. Agradeço seus comentários. De fato tenho falado muitos assuntos mas sempre, conforme o senhor deve ter observado, relacionados à Defesa Fitossanitária. Não sou chefe do MAPA em MT, aliás nem chefe sou e sim apenas um Fiscal Federal Agropecuário que, pago pelo povo, me preocupo com as coisas que possam afetar a agricultura brasileira, em especialmente as pragas. Sei do problema relacionado ao milho, mas não é assunto meu e estou de acordo que os senhores devem sim cobrar isto. Qto às guaxas nas rodovias digo apenas que O Art. 231 da lei 9503/97, o Código brasileiro de trânsito,diz que transitar com o veículo: II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via: a) carga que esteja transportando é Infração gravíssima, sujeito a multa e retenção do veículo para regularização. Isto é responsabilidade primeira das transportadoras, setor que o senhor conhece bem. Abraço.

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