DA REDAÇÃO: Café – NY registra baixa impulsionada pela expectativa de regularização das chuvas
Nesta quinta-feira (25), os preços do café arábica despencaram na Bolsa de Nova York. De acordo com o analista de mercado, Gilson Fagundes, a pressão se deve as informações de chuva regular que deve cair no Sul de Minas Gerais – importante região produtora de café arábica que sofre com o déficit hídrico. A falta de precipitações tem comprometido o desenvolvimento das plantas que podem refletir significativamente na safra 2015.
“A média de chuva de um ano é em torno de 1500 a 1700 mm, para se ter noção nós temos no acumulado 500 mm é um déficit de 1000 mm”, afirma Fagundes.
Ainda de acordo com o analista, mesmo com a volta das chuvas na região, as perdas para a safra 2015 já estão concretizadas visto que as precipitações não foram generalizadas, devido à falta de chuvas os chumbinhos foram abortados. “A chuva não vai resolver totalmente o problema, mas ameniza. Daqui para frente nós teremos resposta em função da abertura da florada e o seu ‘pegamento’”, diz. A região chegou a receber chuva no final da semana passada, mas de forma irregular e com baixos volumes.
Segundo o analista de mercado, o ‘pegamento’ só aconteceu nas plantas mais novas e grande parte das lavouras ainda não tiveram a florada principal. “Há 40 dias atrás, tivemos uma florada localizada em lavouras jovens e que até o momento não registra falta de pegamento. Também tivemos uma florada há duas semanas atrás que não chega a 10%. A soma é de 25% a 30% restando 70% para abrir”, explica.
Fagundes acredita que a florada principal pode chegar com a chuva deste final de semana. “Se tivermos precipitações de 20 mm a 30 mm haverá abertura daqui 15 dias, mas nós só saberemos se ela terá pegamento ou não a partir de novembro”, pondera.
Com essa indefinição, a Bolsa de Nova York deve manter a tendência de volatilidade, afirma o analista. “O mercado está com volatilidade acima da média e até que consolide a safra, que deve acontecer apenas em torno de dezembro a janeiro de 2015, nós sofreremos esse movimento de ontem e hoje. Tudo isso cabe em atenção para comercializar essa produção”, afirma. O produtor, portanto, precisa fazer suas contas analisando se os picos de alta são positivos para fechar as contas ou não.