DA REDAÇÃO: Café – Aumenta déficit hídrico nas lavouras de café no sul de Minas com chuvas abaixo da média em setembro
As principais cidades produtores de café arábica em Minas Gerais têm recebido chuvas. No entanto, as precipitações que caíram na região ainda não são suficientes para reverter o déficit hídrico que perdura desde janeiro nas principais regiões produtoras do estado.
De acordo com o técnico da Procafé, Rodrigo Neves Paiva, devido a essas intempéries o déficit hídrico que deveria diminuir com a chuva, aumentou. “Nós registramos que em Varginha-MG, o mês de setembro teve 45 mm de chuva, mas o esperado era 70 mm. O déficit hídrico na cidade era de 180 mm e agora passou para 211 mm. No município de Boa Esperança-MG, o registrado era de 226 mm, mas aumentou para 256 mm”, afirma.
Segundo Paiva, a situação é crítica pois a partir de 150 mm de déficit, o café entra em estado de murcha, o que pode prejudicar significativamente a próxima safra. “A situação é bastante incomum, com seca que perdura desde meados de janeiro e que vem se acentuando com a estiagem prolongada. Ele prejudica muito a planta, tanto no desenvolvimento quanto no ‘pegamento’ da florada”, diz.
A região registrou déficit parecido em 2007, quando a falta de chuvas chegou a 270 mm na região. No entanto, segundo o técnico, a situação era diferente, pois o período era uma época de seca.
Os cafezais de algumas cidades mineiras já tiveram floradas extemporâneas, mas sem ‘pegamento’. De acordo com o técnico da Procafé, para que as flores permaneçam nos cafés é necessário que os próximos dias sejam de chuvas constantes, regulares e volumosas. Assim, a florada principal também virá. “Para garantir o bom ‘pegamento’ da florada para a produção na próxima safra é necessário que ocorram chuvas significativas ou que o produtor de irrigação consiga fazer esse trabalho de salvação para garantir uma boa produção. Se a chuva não acontecer teremos o abortamento dessa florada com prejuízos para a próxima safra”, diz Paiva.
De acordo com o técnico da Procafé, para regularização do déficit hídrico seriam necessárias altas precipitações. “Precisava chover 150 mm, mas isso é quase impossível. Então, o normal é chuva de 110 mm ao longo do mês de outubro. Mas se essas precipitações vierem esparsas, a planta dificilmente vai se recuperar”, explica.