Produtor deve contar com custos de produção mais altos refletindo cenário de instabilidade política e econômica do Brasil

Publicado em 26/02/2015 17:04
Brasil passa por um dos mais complicados momentos desde 1990 sem liderança e com instabilidade política e econômica. Para o agronegócios, reflexos desse quadro devem pesar diretamente no bolso do produtor rural, com custos de produção mais elevados, a começar pelo valor do combustível - que já é motivo de protestos em todo o Brasil. Dólar também deve pesar e relação de troca deve ficar ajustada.

A Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga (ABTC), divulgou na tarde de hoje (26), que o prejuízo sofrido com o bloqueio de estradas por conta da greve dos caminhoneiros, deve ser de 20,8 milhões de reais por dia.

Para Eduardo Lima Porto, analista da Custo do Agro, o governo age de forma equivocada ignorando as principais reivindicações dos grevistas. Uma medida paliativa para solucionar o alto custo, segundo ele, seria permitir que produtos comprovadamente para exportação, não fosse tarifados para o transportador e produtor. 

“No Paraguai, por exemplo, o combustível vendido em postos com bandeira BR, estão cerca de R$ 1,00 mais barato que aqui. Isso se explica facilmente, porque na exportação não há como incluir os impostos, e essa incidência de tributos que encarece os preços”, afirma Porto.

Além disso, os custos de produção – que são reivindicados pelos caminhoneiros – também afetam os produtores rurais. Com isso, é possível que essa classe também entre em greve reivindicando melhorias no setor.

Para Porto, o aspecto que mais prejudicará o agricultor é a falta de crédito. “Os produtores estão em época de colheita, e nas próximas semanas vão apurar os resultados – felizmente o dólar está favorecendo esse mercado – mas a partir daí eles terão de comprar seus insumos. E nesse ano o produtor terá menos dinheiro, não só de recursos próprio, mas também no sistema financeiro”, conclui.

Um dos problemas relacionado à falta de crédito é o fato dos produtores - quase em sua maioria - serem pessoas físicas. Dessa forma, os bancos tem muita dificuldade em avaliar os ativos e os passivos desse produtor. Por outro lado, segundo Porto, o governo não possui dinheiro suficiente para realizar grandes financiamentos.

Câmbio

A moeda americana tem valorizado significativamente nas últimas semanas – na casa dos U$ 2,90 – e para o analista o dólar deve continuar em uma crescente, sem expectativa de queda durante o ano. 

Além disso, as margens do produtor devem ficar mais ajustadas “a lógica nos mostra que se o custo financeiro da indústria aumentar, e houver escassez do crédito, esses elementos devem ser incorporados nos preços, e teremos problemas nas relações de troca”, afirma Porto.

Nos insumos, os prejuízos com a greve só devem acontecer caso ela dure mais algumas semanas.

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Por:
Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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