Taxa Selic sobe a 12,75% e ainda assim será insuficiente para conter o avanço da inflação, que já supera o teto da meta

Publicado em 05/03/2015 09:32
Aumento da taxa Selic para 12,75% não será eficiente para conter a inflação no país, que é de custos. Há elevação de custos de toda a ordem e esse mecanismo não deverá aliviar o quadro. Incertezas sobre a economia seguem refletindo a instabilidade política.

Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (4) os juros básicos da economia de 12,25% para 12,75% ao ano, uma alta de 0,50 ponto percentual. Foi o quarto aumento consecutivo da taxa Selic, que atingiu o maior patamar desde o início de 2009, quando estava em 13,75% ao ano, ou seja, em seis anos.

"O mercado já esperava esse aumento. E infelizmente para o Banco Central esse é o único instrumento para combater a inflação, mas não dá resultado, pois a inflação é de custos, o preço dos artigos sobe porque há uma elevação de custos, de todo a ordem", declara Telmo Heinen, consultor em comercialização.

Contudo, a instabilidade econômica tem colaborado para a valorização do dólar - que ontem chegou aos R$ 3,00 - e esses valores podem impactar diretamente nos custos de produção do agricultor nas negociações da safra 2015/2016.

"O preço dos insumos sobem por conta desse motivo, mas por outro lado - os produtores de soja especialmente - tem muito costume de fazer contrato a termo, por exemplo, troca 1 tonelada de adubo por 30 sacos de soja, então não importa muito o preço", explica Heinen complementando que se o produtor conseguir uma boa relação de troca, ele terá a venda de parte da safra ainda com um câmbio interessante, garantindo rentabilidade.

 

Crise Política

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou nesta terça-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) 28 pedidos de abertura de inquérito referentes a 54 pessoas, entre autoridades e pessoas sem foro privilegiado. Em cada peça, Janot requer a derrubada do segredo de Justiça. Caberá ao ministro Teori Zavascki, do STF, decidir se revela ou não quem são os investigados.

"Essa lista nem foi divulgada oficialmente, e é composta por nomes que são deduzidos pelos jornalistas e pela imprensa, mas certamente a maioria deles não vai dar em nada, porque são apenas pedidos de investigação, então não condena ninguém", ressalta Heinen.

O procurador-geral também solicitou que o Supremo não abra investigação sobre a presidente Dilma Rousseff (PT), segundo o jornal Folha de S. Paulo. Janot já havia pedido para que o STF também não investigasse o senador Aécio Neves (PSDB-MG). A presidente Dilma e Aécio foram citados por delatores em depoimentos da Operação Lava-Jato.

"No material que chegou nas mãos do procurador, existem indícios nas confissões das pessoas da delação premiada. Elas fizeram as acusações, mas não dispõe de provas, então é um indicio e o procurador concluiu que determinados indícios eram muito fracos e já pediu o arquivamento direto", afirma consultor.
Para ele, muitos desses processos não resultarão em nada e a população aos poucos se esquecerá dos escândalos. A solução é realizar uma reforma política, "é impossível que o Brasil seja consertado pela simples colocação de outras pessoas no lugar dessas que já estão. O nosso defeito está na organização", conclui.

 

Greve dos Caminhoneiros

Heinen considera que o setor de transporte é exclusivamente privado, dessa forma, o governo pode colaborar na organização do setor, mas não pode interferir nos preços do mercado, como o frete.

"A solução para eles (caminhoneiros) é não transportar, se o negocio dá prejuízo eu não posso fazê-lo, não posso embarcar mercadoria. É claro outros aspectos, como pedágio, deve ser reivindicado", declara.

Além disso, o fato das manifestações acontecerem sem liderança única representa que o setor está enfraquecido. Embora, as organizações sindicais no Brasil não serem representativas a maneira que deveriam.

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Por:
Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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