DA REDAÇÃO: Sem chuvas, milho fecha em forte alta em Chicago
A onda forte de calor paira no Corn Belt dos Estados Unidos e as previsões de chuvas não chegam às lavouras plantadas com milho até a próxima semana. Situação é preocupante já que cereal está em fase de enchimento dos grãos e qualquer perda na produtividade compromete o abastecimento dos estoques mundiais e a sua demanda.
Assim, os grãos operaram na terça-feira (19) na Bolsa de Chicago em situação distinta, refletindo cenário norte-americano. De um lado, a confirmação de um clima quente e seco, sem previsão de umidade para o desenvolvimento do milho fez as cotações do cereal encerrar o dia com forte alta. Já a soja, cultiva na outra metade do cinturão de grãos dos Estados Unidos começou o dia na alta, mas devolveu os ganhos após a meteorologia prever chuvas até o final desta semana.
Por outro lado, a colheita do milho no Brasil não deslancha por conta das chuvas no Paraná. Segundo informações do Deral (Departamento de Economia Rural), apenas 29% das lavouras estão em boas condições.
Já o analista da Safras e Mercado, Paulo Molinari, estima que das primeiras 50% das lavouras a serem colhidas até o inicio de agosto, da variedade plantada dentro da janela ideal de cultivo, boa parte está em condição razoável para a comercialização, já que o volume é significativo.
Da outra metade a ser colhida, variedade plantada após a janela idéia, aquela que enfrentou a estiagem no plantio e soma perdas após as geadas de meados de junho em toda a região do Paraná, tanto a qualidade quanto a produtividade estarão abaixo das condições de mercado.
Mesmo assim, a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) não precifica a realidade vista no campo. O vencimento setembro trabalha no patamar de R$ 28,80, aproximadamente, pela saca de 60 quilos, enquanto que o mercado físico com base em Campinas é de R$ 30,50 e nos portos, a saca é vendida a R$ 29,50.
Molinari recomenda que o produtor participe aos poucos do mercado, aguardando muita volatilidade para o segundo semestre do ano de 2011, já que a tendência para os preços é de novas altas.