DA REDAÇÃO: Futuro dos preços do milho no Brasil depende do direcionamento dos traders para abastecimento interno ou exportação
Diante do mercado internacional extremamente volátil com a situação adversa para o clima nos Estados Unidos, o produtor brasileiro de milho safrinha vive momento de expectativa para o futuro dos preços para completar sua meta em exportação e mercado interno. Apesar das perdas por conta da estiagem em março e geadas em meados de junho, o que é colhido em boa e má qualidade pode ser suficiente para regular o mercado.
Sebastião Gulla, consultor de mercado, lembra que em 2010 o Governo precisou utilizar ferramentas de ajuda para o escoamento de um volume parado da produção brasileira, destinando mais de 11 milhões de toneladas dos estoques para a exportação. Ao mesmo tempo, balizou os preços para os consumidores do produto.
Em 2011, a situação está invertida e, do que está sendo colhido da cultura da safrinha, é questão para o abastecimento interno e o cumprimento das exportações, em momento de escassez mundial e atenção para com a produção norte-americana.
Da indústria produtora de aves e suínos, a tendência de alta futura para o grão, traz cautela e muitas compram à prazo, mas os prejuízos da cadeia refletem barrigada nos pagamentos. Porém, há reporte para crescimento de até 5% do setor exportador da carne de frango.
Gulla explica que o mercado interno ainda aguarda um posicionamento dos trades que compraram o milho no mercado futuro, de olho nas cotações de Chicago. Ou seja, houve a antecipação das compras para o recebimento agora, ao mesmo tempo, travando preços na CBOT, capaz de recomprar o produto em preços ao patamar depois das quedas recentes.
Assim, é possível perceber que o temor pela falta de cereal no Brasil faz o mercado interno ser mais vantajoso do que as exportações este ano. Apesar da demanda internacional, a expectativa para o futuro dos preços e abastecimento que pode ser menor entre dezembro e janeiro próximos, dependerá de uma série de fatores internos de redirecionamento da produção, afirma Gulla.