DA REDAÇÃO: Grãos esperam USDA para se posicionar novamente no mercado mesmo com crise mundial
Enquanto a crise financeira mundial não tira o estresse dos mercados, as commodities agrícolas se guiam pelos fundamentos climáticos que influenciam o desenvolvimento da safra dos Estados Unidos. Nesta quarta-feira (10), as cotações do complexo de grãos operam com muita volatilidade na Bolsa de Chicago (CBOT), aguardando o novo relatório de oferta e demanda que o Departamento de Agricultura do país (USDA, na sigla em inglês) divulgará amanhã, 11 de agosto.
Direto de Nova Iorque (EUA), o analista de mercado da Newedge Corretora, Vinicius Ito avalia que, assim como consultorias projetam desde a última semana, o departamento reportará perdas no rendimento das lavouras norte-americanas. Mais para o milho que teve o seu desenvolvimento prejudicado pela forte onda de calor no meio-oeste do Corn Belt. A soja deverá apresentar perdas, mas ainda com tempo para recuperar a produtividade em agosto, quando ocorrerá o enchimento dos grãos.
Para ele, a postura que o USDA irá adotar na divulgação dos seus dados é o que traz ansiedade para o mercado, pois tanto pode ter um tom conservador, dividindo as estatísticas de perdas em outros relatórios ou reportar números próximos ao levantamento total de perdas e impulsionar para a alta as cotações dos grãos na CBOT.
O conselho do analista para os produtores que ainda possuem estoques de grãos em mãos é cautela. O cenário começa a se definir diferente de um mês atrás, quando a demanda ainda estava aquecida, não havia perda na produtividade das lavouras dos Estados Unidos e o mundo não vivia uma crise financeira tão intensa como agora.