DA REDAÇÃO: Mercado do boi gordo segue com poucos negócios e escalas mais alongadas com o feriado
Segundo o operador de mercado da IterBolsa, Caito Quagliato, a oferta é o fator que deve ditar o tom do mercado daqui para frente. A recomendação é de que o pecuarista se atente para quanto o frigorífico está pagando pelo boi e quanto ele está recebendo pela carne. "A oferta tem que ser um pouco mais restrita para que o frigorífico consiga vender a carne um pouco melhor e repassar a margem para o pecuarista", alerta.
Aliado à menor oferta, se as exportações também se mantiverem firmes, o mercado interno deve ficar mais enxuto, favorecendo o cenário mais positivo para os preços no curto e médio prazo. Nos últimos meses, os embarques brasileiros de carne estão mais consolidados com a alta do dólar e com o maior suporte à demanda chilena, já as vendas do Paraguai foram interrompidas para aquele país em função da detecção do foco de aftosa.
De acordo com o operador, os preços podem reagir em meados de novembro. Neste ano, com a falta das chuvas no últimos meses, a formação dos pastos e a engorda de bois deve ser um pouco mais tardia. "A chuva demorou para vir e a seca foi muito intensa. O pasto vai demorar um pouco mais para se formar. Aí a gente pode ter um vácuo de oferta, e o boi ofertado vai ser aquele mais pesado que está em um semi confinamento", diz. Este vácuo entre a oferta de boi confinado e boi de pasto, pode nortear a reação dos preços.
Em Goiás, por exemplo, maior região de confinamento do país, e onde se encontra mais facilidade para comprar boiadas na entressafra, deve ser o estado mais beneficiado com alta nos preços, que hoje sofre pressão pela concentração de venda dos bois confinados.