Abate sanitário de aves e suínos no RS pode começar nos próximos dias, caso frigoríficos não sejam reabertos

Publicado em 12/05/2020 11:46
José Eduardo dos Santos - Dir. Executivo - ASGAV
Unidades de aves fechadas ou que estão operando com capacidade reduzida representam 28% da produção anual do Estado, enquanto de suínos é responsável por 12%

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O fechamento de duas grandes plantas de processamento de aves e suínos no Rio Grande do Sul, e outras duas que trabalham com menos da metade dos funcionários, medidas adotadas mediante acordos com Ministério Público do Trabalho ou decisões judiciais devido a contaminações por coronavírus entre funcionários, preocupam o setor produtivo do Estado. 

De acordo com José Eduardo dos Santos, diretor executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), reuniões com lideranças do setor, políticas e da Justiça estão sendo feitas, mas caso esta situação não seja revertida, o abate sanitário será a alternativa para os próximos dias.

Desde o final do mês de abril até esta segunda-feira (11), o Rio Grande do Sul contabiliza uma unidade da BRF em Lajeado e uma da JBS em Passo Fndo paralisadas temporariamente, o frigorífico Minuano, em Lajeado operando com 50% do quadro funcional e a planta da Nicolini com 25% dos trabalhadores na ativa. 

Segundo Santos, entre as unidades de aves afetadas (BRF, Minuano e JBS) a capacidade de abate é de 19,3 milhões de aves por mês, uma média de 880 mil aves por dia. O Estado todo abate 820 milhões de aves ao ano, média mensal de 68 milhões de cabeças. 

No caso dos suínos, a planta da BRF em Lajeado, a média é de 81 mil cabeças ao mês, média de 3700 ao dia, enquanto o Rio Grande do Sul abate, ao todo, 972 mil animais ao ano. 

"Essas unidades de aves junats são responsáveis por 28% da produção anual do Rio Grande do Sul, enquanto a planta de suínos que está parada, responde por 12%. Isso reflete a importância destas empresas, não só na questão da produção, mas no abastecimento e na geração de emprego", disse.

De acordo com o diretor executivo da Asgav, a partir do momento em que o ciclo completo da produção é rompido, o excesso de animais no campo, além dos lotes novos preparados para alojamento, não deixam alternativa senão redirecionar para agroindústrias com capacidade de absorver os animais, ou descartá-los. 

"Tivemos reunião com ABPA, Assembleia Legislativa, MPT, buscando uma solução emergencial para retomar as atiuvidades. Esperamos uma luz no fim do túnel para que a gente resolva isso até amanhã ou quarta-feira (13) para que não comece o abate sanitário", disse. 

Santos explica que, por enquanto, não há um número exato de quanto essas paralisações ou redução nas operações dos frigoríficos vá reduzir em produção ou oferta de carne ao consumidor. Entretanto, ele explica que devido às medidas restritivas pela pandemia do coronavírus, as vendas de frango já reduziram em torno de 35% a 40% no mercado interno. 

"Se incorrermos no fechamento desses estabelecimentos, poderá ser percebida uma queda na oferta de carnes em torno de 30 dias, com as famílias encerrando seus estoques e os grandes supermercados também".

Se a situação perdurar, Santos afirma que os preços devem se alterar também, apontando para altas em caso de menor oferta de carne ao consumidor, e quedas para o produtor, ainda que as integradoras com mais fôlego consigam prover algum amparo durante certo tempo. 

EXPORTAÇÕES

De acordo com o diretor executivo da Asgav, todas as plantas afetadas no Rio Grande do Sul sãpo habilitadas para exportação, inclusive para a China, principal parceiro comercial na atualidade em matéria de compra de carne suína e de frango. 

"Segundo os dirigentes dessas grandes empresas, há preocupação dos importadores em relação à manutenção da demanda deles de receberem o produto que já está contratado por aqueles países e atender a demanda da população".

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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