Embargo de frigoríficos por parte da China é um "balde de água fria" para o setor, diz presidente da ACSURS

Publicado em 06/07/2020 16:45
Valdecir Folador - Presidente da ACSURS
De acordo com Valdecir Folador, suspensão das plantas processadoras de carne suína podem trazer consequências não só para a exportação, mas para preços internos

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Entrevista com Valdecir Folador - Presidente da ACSURS sobre a Suspensão da China em Frigoríficos Brasileiros

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A Administração Geral de Alfândega da China (GACC, na sigla em inglês) suspendeu temporariamente neste sábado (4) a importação de carne suína de duas plantas no Rio Grande do Sul: a BRF em Lajeado e a JBS em Três Passos. Além de poder afetar as exportações, o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Folador, afirma que a medida pode trazer consequências para o mercado interno, e é "um balde de água fria" para o setor.

As fábricas no Rio Grande do Sul se somam a outras duas processadoras de aves e duas de carne bovina já suspensas pela GACC nas últimas semanas. Extraoficialmente, a razão seria uma preocupação com a China de uma segunda onda da Covid-19, e o temor de que produtos importados possam conter o coronavírus. Em comum, as plantas embargadas têm histórico de surtos da doença entre funcionários. 

Folador afirma que a suspensão, se for duradoura ou ampliada para outras unidades, pode fazer com que mais produto fique no mercado interno, pressionando preços. 

"Essa notícia impacta o mercado como um todo, logo agora em que os preços estão reagindo positivamente. Não sabemos o que vai acontecer, mas ao menos para essa semana, os preços estão firmados, mas se isso se alongar e mais carne suína ficar no mercado interno, os preços em toda a cadeia serão afetados", disse. 

Segundo ele, a unidade da JBS embargada tem capacidade de abate de 2.500 suínos/dia, enquanto a da BRF, de 4 mil animais/dia. Entretanto, há alternativas como, além de abastecer o mercado interno, embarcar maiores volumes para outros países importadores, ou até direcionar a demanda da China para outras plantas das companhias habilitadas pelo país asiático.

"O que é curioso é que a China foi o principal vetor do coronavírus, e agora cria mecanismos, dificuldades e exigências de que o produto esteja livre de contaminação. Historicamente, tomando por base o que houve entre Brasil e a Rússia, a gente sabe que muitas vezes se usa uma barreira sanitária para pressionar preços, buscar novos acordos comerciais, e essa hipótese não pode ser descartada neste caso", afirmou. 

 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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