Contaminação em caixa de asas de frango brasileira exportada para a China pode ter ocorrido no próprio país asiático, diz ABPA

Publicado em 14/08/2020 11:33 e atualizado em 14/08/2020 15:11
Ricardo Santin - Diretor Executivo ABPA
Segundo diretor-executivo da entidade, a carga leva até 70 dias para chegar ao destino, e passa por um complexo processo logístico e que envolve inúmeras pessoas

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Entrevista com Ricardo Santin - Diretor Executivo ABPA sobre a ABPA se pronuncia sobre Frango Contaminado

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A contaminação por traços do coronavírus encontrada em uma caixa de asas de frango, exportada do Brasil para a China, pode ter acontecido no próiprio país asiático, de acordo com o diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. Ele explica que ao sair do Brasil, a carga leva de 45 a 70 dias para chegar ao destino final, e o processo logístico envolve muitas pessoas

Na quinta-feira (13) o Brasil recebeu a notícia, veiculada por um jornal chinês, de que em uma carga de asas de frango que havia sido exportada para a China pela Cooperativa Aurora, de Santa Catarina, havia sido encontrado traços de coronavírus. O gigante asiático tem testado cargas de proteína animal para detectar o vírus desde junho, quando o coronavírus havia sido encontrado em salmão importado.

Santin afirma que de várias caixas que estavam no contêiner e que passaram pela análise, apenas uma apresentou traços do vírus, e que todas as pessoas que tiveram contato com o produto foram examinadas e testaram negativo para a Covid-19. Novos testes devem ser realizados, conforme o diretor-executivo,

"É uma questão pontual, e se realmente foi encontrado traços do vírus em uma caixa, essa contaminação deve ter acontecido com a manipulação do produto dentro da própria China". 

Na manhã desta sexta-feira (14), o Departamento de Agricultura das Filipinas informou por meio de comunicado que vai suspender temporariamente as importações da carne de frango brasileira.

"Com os relatórios recentes da China e em conformidade com a Lei de Segurança Alimentar do país para regulamentar os operadores de empresas de alimentos e proteger os consumidores filipinos, é imposta a proibição temporária de importação de carne de frango", informou o Departamento, em nota. 

Para Santin, não há risco de outros países suspenderem as importações da carne de frango brasileira. "A embaixada do Brasil em Manila já nos mandou a informação, mas não foi comunicado oficialmente pelas autoridades Filipinas. Esperamos que isso seja apenas uma notícia e que não venha a se confirmar, e que o país reveja essa decisão".

O diretor-executivo da ABPA ressaltou que a carne não transmite a doença, que o vírus não se propaga em carne congelada ou fresca, e que precisa de células vivas para se propagar. 

"E além disso, a carne de frango, suína e bovina não têm o receptor molecular para o vírus se multiplicar e replicar quando está vivo. Não há qualquer razão para qualquer mercado fechar as portas para nós porque não há perigo em consumir as carnes".

Santin afirma que que não há temor de que outros países devam suspender as importações do Brasil. Segundo ele, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) não foi comunicado dessa decisão das Filipinas, e que "não vejo que outros países tomem essa decisão porque a ciência afirma que o coronavírus não se transmite pela carne. Se isso acontecer, é muito mais uma ação protecionista".

Além disso, Ricardo Santin informou que acredita que este acontecimento não motive a China a embargar mais frigoríficos brasileiros para exportação. Atualmente, o país tem seis plantas processadoras de carne com as exportações suspensas para o gigante asiático devido a contaminações por coronavírus entre os funcionários. 

"Não acredito que a China embargue mais frigoríficos brasileiros, lembrando que o país suspendeu anteriormente mais de 30 plantas em 15 países por precaução, e acredito que a China saiba que não é a carne que transmite a doença", afirmou. 

 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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