Mandioca: Diante da pandemia, setor buscou diversificar a produção para manter liquidez do mercado

Publicado em 14/05/2021 15:45 e atualizado em 14/05/2021 16:32
Fábio Isaias Felipe - Pesquisador do Cepea
Entrevista com Fábio Isaias Felipe - Pesquisador do Cepea sobre o Mercado da Mandioca

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Entrevista com Fábio Isaias Felipe - Pesquisador do Cepea sobre o Mercado da Mandioca

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Em meio à pandemia de covid-19, o setor de fécula de mandioca buscou diversificar a produção, no intuito de manter aquecida a liquidez desse mercado. Isso é o que mostra o levantamento anual realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Abam (Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca).

De acordo com o levantamento, além da fécula nativa, em 2020, o setor aumentou a produção de amidos modificados, de polvilho, de tapioca, de misturas para pães de queijo, entre outros. Os dados do Cepea mostram que a produção de fécula nativa teve participação de 60,7% no setor, seguido por polvilhos (azedo e doce), com participação de 17,3%; de modificados, de 13,2%; de tapioca, de 6,7%; e de misturas para pães de queijo, de 2,1%. Considerando-se a produção de todos esses itens, o setor teve utilização da capacidade industrial próxima da metade – ainda assim, a maior desde 2015.

O Cepea indica que a produção de fécula nativa de mandioca teve crescimento de 7,5% em 2020, somando 538,8 mil toneladas, o maior volume desde 2016. Considerando-se o preço médio anual da fécula nativa, o valor bruto da produção atingiu R$ 1,2 bilhão no ano passado, com um salto de 22,7% sobre o valor nominal de 2019. Porém, é preciso considerar que a inflação medida pelo IGP-DI foi de 13,05% no ano, corroendo, portanto, parte desse avanço.

Do lado do consumo de fécula e outros derivados, os setores em destaque foram i) os atacadistas e de massas e ii) biscoitos e panificação, que representaram respectivos 23,1% e 20,3% do total. Outros setores importantes foram os de papel e papelão (6,7% do total), tapioca (6,2%), frigoríficos (6,0%), varejistas (5,1%), outras fecularias (4,0%) e indústria química (1,7%). Os outros 26,9% da produção total não tiveram destinos relatados pelas empresas consultadas pelo Cepea.

EXPECTATIVAS

Agentes estão otimistas no que se refere à produção de fécula e de outros derivados em 2021. No agregado, o setor espera aumento de 11,9% na produção neste ano, devido à possível melhora da economia frente ao que se foi verificado em 2020. Pesquisadores do Cepea ressaltam que o consumo de fécula e outros derivados tem correlação positiva com os indicadores macroeconômicos. Além disso, agentes do setor industrial também têm expectativa de aumento nas exportações em 2021 – até o momento (de janeiro a março/21), dados da Secex indicam que os embarques cresceram 3 vezes frente ao mesmo período do ano passado. Agentes também esperam reações de preços de raiz e fécula, tanto para este primeiro semestre quanto para a segunda metade de 2021.

Pesquisadores do Cepea apontam que o maior desafio do setor parece estar na oferta de raiz de mandioca. As intensas valorizações de outras commodities agropecuárias, como soja, milho, trigo, boi de corte e cana-de-açúcar, diminuíram a atratividade da mandiocultura – que, destaca-se, é uma atividade de ciclo mais longo.

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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