Apesar de recorde no preço do leite ao produtor em julho, poder de compra diminuiu

Publicado em 05/08/2020 15:14
Juliana Santos - Analista de Mercado de Leite do Cepea
Preço do leite captado em junho e pago em julho chegou a R$ 1,75 o litro, valor recorde para um mês de julho; estoques baixos pela incerteza em relação à pandemia ajudaram no aumento

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Entrevista com Juliana Santos - Analista de Mercado de Leite do Cepea sobre o Mercado do Leite

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O preço pago pelo leite ao produtor neste mês de julho, em relação ao leite captado em junho, chegou a R$ 1,75/litro, um aumento de 16% em relação ao preço de junho/maio. De acordo com a analista de mercado do Cepea/Esalq, Juliana Santos, a alta é fruto da soma do período de entressafra, no qual normalmente a produção diminui, com os estoques mais baixos nos laticínios, que "frearam" as compras pelas incertezas geradas pela pandemia da Covid-19. 

Apesar do aumento, os custos de produção elevados, puxados pela alta nos preços do milho e farelo de soja, utilizados na alimentação dos animais, pesam no bolso do produtor. A analista afirma que em 2019, eram necessários 25 litros de leite para adquirir uma saca de milho de 60kg, enquanto neste ano, a quantia de produto necessária para comprar o milho subiu para 35 litros.

Ela explica que os laticínios se programam com os estoques em março/abril para o período de entressafra, mas por causa do avanço da doença pelo Brasil e as incertezas em relação à demanda, esse estoque se manteve baixo.

"Agora há uma competição maior entre as empresas pelo leite que está sendo produzido", afirma, ainda que a captação tenha aumentado 4% na região sul do país em junho, no comparativo com maio, por causa da melhora do clima e da suplementação na alimentação do gado. 

Apesar da oferta limitada, a demanda segue firme, com alta de 17% no preço do leite UHT em junho, avanço no valor do leite em pó e, inclusive, no queijo mussarela, aumento de 23%. Sobre o queijo, Juliana explica que o início da flexibilização do isolamento social em várias regiões do país e o estoque reduzido de produto fizeram o preço subir. 

Para agosto, a expectativa é de que os preços sigam sustentados, já que o período de entressafra deve ir até setembro/outubro, com possibilidades de alta. "É necessário atenção à relação entre oferta e demanda, precisamos ver se a demanda se manterá firme como está".

 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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