Leite do Brasil precisa mostrar a sua qualidade para ampliar exportação, diz Roberta Züge

Publicado em 21/08/2020 16:16 e atualizado em 23/08/2020 06:29
Roberta Züge - Diretora de Inteligência Científica Milk.Wiki
Segundo a consultora em lácteos, o Brasil produz leite de qualidade, mas é preciso que laticínios provem e mostrem que processos são controlados e documentados

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Entrevista com Roberta Züge - Diretora de Inteligência Científica Milk.Wiki sobre a Exportação de Leite

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O consumo de leite e  produtos lácteos aumentou durante a pandemia do coronavírus não só no Brasil como em outros países, e deverá se manter em alta devido ao hábito saudável adquirido pelas familias durante ao confinamento a que  foram submetidas, diz Roberta Züge, diretora da plataforma Milk Wiki. Entretanto, para que o Brasil amplie seu espaço no mercado externo, seja um player exportador, é preciso transpor barreiras de transparência dos processos de produção. 

-- "Não é que os produtores brasileiros estejam fazendo algo errado, ou que não haja qualidade. Mas muitos países que se deseja alcançar são exigentes, e é necessário provar a sanidade através de documentação e transparência dos processos  existentes não só da indústria, mas também da porteira para dentro", explica a doutora em lacticios.

-- "Para exportar para a China, por exemplo, é preciso um volume enorme, porque a China não vai comprar pouco. E é preciso que esse volume tenha uma excelência e cumpra com todos os protocolos, porque a gente sabe que qualquer ponto fora da curva, a China embarga a compra", disse. 

A dra. Züge cita as Instruções normativas 76 e 77, legislação publicadas no final de 2018, na qual uma das exigências é o Plano de Qualificação de Fornecedores de Leite. Os laticínios que adquirem o leite junto aos produtores precisam exigir que o questionário (com mais de 150 perguntas) seja respondido, constando controle a respeito dos insumos utilizados na alimentação dos animais, na aplicação de medicamentos, no bem-estar animal,e nas boas práticas, entre outros. 

A doutora explica que existem laticínios no Brasil que possuem essas características e volume que atende a um mercado interno que demanda essa excelência como, por exemplo, de queijos mais refinados. Há também outros que ainda precisam fazer adequações nos processos e na questão da exigência junto aos produtores para atingir esse patamar, e aí haver um volume maior de produto "tipo exportação".

"Essa organização de ponta a ponta na cadeia produtiva que é algo que tem que ser feito desde a base, mas que ainda está dando os primeiros passos, porque isso não acontece de um dia para o outro. E isso precisa ser feito não só para podermos ampliar o mercado externo, mas também internamente, já que o consumidor brasileiro também está passando a ser mais exigente", disse. (Acompanhe a integra da entrevista acima).

 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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