Recurso anunciado para apoiar comercialização de milho não atende a todos os produtores mas ajuda enxugar oferta recorde em MT

Publicado em 18/04/2017 17:37
Confira a entrevista de Endrigo Dalcin - Presidente Aprosoja/MT
Expectativa de safra recorde deixa mais evidente o drama da falta de armazéns em MT. Com déficit de armazenagem para 35 milhões de toneladas, Aprosoja não descarta milho a céu aberto nesta safra

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Endrigo Dalcin - Presidente Aprosoja/MT

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Nesta terça-feira (18), o Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, fez o anúncio da liberação de R$ 800 milhões para apoiar a comercialização de milho durante evento em Passo Fundo (RS). Deste total, R$500 milhões seriam destinados para o Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (PEPRO), exclusivamente para o milho no Centro-Oeste e outros R$ 300 milhões para contratos de opção.

De acordo com Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja/MT, a notícia vem em boa hora. Dalcin destaca que o estado do Mato Grosso fica dependente, todos os anos, do custo de produção, da falta de evolução na logística e na armazenagem.

No último ano em que o governo precisou intervir e apoiar a comercialização, 90% do recurso disponibilizado foi destinado para o estado de MT. O milho safrinha, agora, plantado dentro da janela ideal, aponta para uma produção se mostrando forte e uma projeção de produção total de 26,5 milhões de toneladas. Entretanto, como o clima vem ajudando, essa produção pode chegar até a 30 milhões de toneladas.

"É muito milho e nós temos que escoar e exportar esse excedente", diz Dalcin. Ele conta que os produtores estavam ansiosos pelo anúncio, já que o custo de produção dessa safra foi grande e algumas praças como Sorriso e Sinop já batiam o preço de R$13,50 - com isso, produtores que colhiam 100 sacas por hectare entravam no vermelho.

O apoio de R$500 milhões dá conta de algo em torno de 2 milhões de sacas. Com isso, não deve atender todo o volume, lembrando que o estado possui um déficit de 35 milhões de toneladas em armazenagem, mas "já é alguma coisa", como destaca o presidente. com tamanha oferta não é possível descartar prognósticos de milho a céu aberto, fator que já foi realidade em outros anos no estado.

Dalcin destaca ainda a necessidade de aguardar o Plano Safra em maio para ver se alguns problemas do estado serão solucionados. Alguns produtores investem em silo bolsa, o que deve ajudar a armazenar parte do volume. Em termos de comercialização, apenas 38% do milho de segunda safra foi vendido, em função de contratos que não foram cumpridos no ano passado.

A orientação por parte da Aprosoja para os produtores de milho é para que fiquem atentos com o que irá sair amanhã no Diário Oficial em relação a esses mecanismos. Os produtores que possuem armazéns devem realizar cadastros na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele informa também que a Aprosoja e outras associações estão preparadas para informar os produtores da melhor maneira possível.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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