Milho: 2022 /23 será nova temporada de preços firmes, mas Brasil tem de estar atento ao câmbio

Publicado em 01/04/2022 14:12 e atualizado em 01/04/2022 16:01
Anderson Galvão - Analista - Céleres Consultoria
Volatilidade segue forte. Papel da oferta brasileira será determinante para equilibrar relações com a demanda, todavia, estoques no país são apertados e deverão seguir assim até a chegada da segunda safra.

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Entrevista com Anderson Galvão - Analista - Céleres Consultoria sobre o Mercado do Milho

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Os novos números trazidos no final desta semana pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimando uma área considerável menor para o milho na safra 2022/23 em cerca de 4% em relação a anterior intensificaram a turbulência que já vinha sendo registrada no mercado global do cereal. Dessa forma, em um cenário que já vinha marcado por um desequilíbrio expressivo nas relações de oferta e demanda, a tendência é de que 2022 e, possivelmente, 2023 sejam novos anos de preços muito firmes para o cereal, segundo explica o analista de mercado Anderson Galvão, da Céleres Consultoria. 

Ao lado de uma projeção importante de redução de área, afinal, seguem os estoques apertados no Brasil e o conflito entre Ucrânia e Rússia, ambos já deixando o mercado com seu abastecimento bastante comprometido. Assim, as questões climáticas nos Estados Unidos serão muito monitoradas de agora até o final de agosto, para que se entenda qual será o real tamanho da nova safra dos EUA. 

Galvão reforça ainda que com a continuidade da guerra, os compradores que iriam buscar o milho ucraniano deverão continuar buscando volumes dos EUA e do Brasil, mas lembra que a quebra da safra de verão brasileira foi bastante severa, o que mantém a oferta por aqui também muito ajustada até que comece a chegar o milho da segunda safra, que está em pleno desenvolvimento. 

"Tudo isso leva para o quadro de preços firmes, principalmente, em dólares. Por isso a importância do produtor estar atento à taxa de câmbio", diz. "Muito provavelmente, os preços do milho e também da soja, deverão continuar altos na Bolsa de Chicago, porém aqui no Brasil estamos em um cenário francamente favorável a uma valorização do real. Então, o produtor pode estar diante da uma armadilha de vender soja, milho, em preços recordes em dólar, mas talvez recebendo o mesmo ou menos em reais pela mesma saca de soja ou milho", explica o analista. 

Na região da BR-163, onde é feita a paridade de exportação, a cada 10 centavos acima ou abaixo na taxa de câmbio, do real frente ao dólar, são quase R$ 5,00 a mais ou a menos em uma saca de milho. "Se falarmos que o real se valorizou quase 90 centavos nos últimos três meses, estamos falando em uma desvalorização de R$ 20,00 a $ 25,00, dependendo da região, na formação do preço do milho no Brasil".

Da segunda quinzena de abril até o final de maio, o mercado do cereal deverá ser bastante especulado e seguir muito volátil de olho no desenvolvimento da safrinha. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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